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    Ex-ministra Ana de Hollanda rebate críticas de documento do Planalto

    DE SÃO PAULO

    20/03/2015 12h09

    A ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda respondeu nesta quinta (19) em sua página no Facebook a críticas de documento sigiloso da Secom (Secretaria de Comunicação do Planalto) que vazou na última terça-feira (17).

    O relatório interno traça um diagnóstico da estratégia de comunicação da gestão Dilma Rousseff e discorre sobre as medidas que devem ser adotadas para reaproximar a presidente da militância, que tem manifestado mágoa com o governo nas redes sociais.

    Ana de Hollanda é mencionada no segundo capítulo do documento. Para explicar o descolamento da militância, o texto faz um levantamento dos erros que, desde o primeiro mandato da presidente, possam ter provocado o afastamento da base de apoiadores. Um deles é a política de direitos autorais adotada pela ex-ministra, que descontinuou a flexibilização da legislação adotada por Juca Ferreira em sua primeira gestão durante o governo Lula.

    "O início do primeiro governo Dilma, no entanto, foi de rompimento com a militância digital. A defesa ferrenha dos direitos autorais pelo Ministério da Cultura e o fim do diálogo com os blogues pela Secom geraram um isolamento do governo federal com as redes que só foi plenamente reestabelecido durante a campanha eleitoral de 2014", afirma o texto produzido pelo ministro Thomas Traummann

    "Ao ver meu nome e minha gestão citados como co-responsáveis pela atual baixa aprovação popular do governo da Presidenta Dilma, só pude concluir que a equipe entrou em colapso e está apelando todos os lados", escreveu a ex-ministra em seu perfil na rede social, apesar de o relatório não mencionar diretamente o nome de Ana de Hollanda. "Afinal, assumi o Ministério da Cultura em janeiro de 2011 e saí em setembro de 2012, período em que, segundo CNI-IBOPE, a aprovação do governo foi superior a 70%."

    A ex-ministra ainda publicou trecho de carta enviada ao jornal "O Globo", sobre a menção na análise interna da Secom:

    "Consta na Análise Interna do Palácio do Planalto uma referência indevida ao meu nome. Aponta que um dos vários motivos para a avaliação negativa do Governo Dilma, se deu no início da gestão, pela 'defesa ferrenha dos direitos autorais pelo Ministério da Cultura' em minha gestão. Quero esclarecer que a defesa dos direitos autorais é natural do ponto de vista da produção cultural, prevista e seguida por todas as nações ligadas à OMC, além de constar, como Cláusula Pétrea, na Constituição Brasileira. Lembro também que minha saída do MinC se deu em setembro de 2012, isto é, tempo suficiente para, supostamente, recuperar o apoio que o governo teria perdido de 'blogueiros'."

    Ana de Hollanda esteve à frente da pasta de janeiro de 2011 a setembro de 2012, quando foi substituída por Marta Suplicy. O fim de sua gestão foi marcado por criticas à política de direitos autorais, com a retirada do selo Creative Commons (licença para uso de conteúdo) do site do MinC.

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