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    Crítica: Voz potente e límpida de Bethânia surpreende a novos e antigos fãs

    THALES DE MENEZES
    EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

    21/03/2015 02h30

    O show "Abraçar e Agradecer", que Maria Bethânia mostra até domingo (22) em São Paulo, com ingressos esgotados, consegue surpreender antigos e novos fãs.

    Quem acompanha a cantora há tempos pode ficar admirado com a voz de Bethânia. Aos 68 anos, ela preserva a potência e a limpidez no cantar, a mesma que impressionou a todo mundo quando substituiu Nara Leão no espetáculo "Opinião", no Rio, em 1965.

    Avener Prado/Folhapress
    Maria Bethânia apresenta o show "Abraçar e Agradecer", em que comemora 50 anos de carreira
    Maria Bethânia apresenta o show "Abraçar e Agradecer", em que comemora 50 anos de carreira

    Para quem vai conhecer pela primeira vez a performance da baiana ao vivo, a sedução pode vir, além da voz, do repertório impecável, da coerência da distribuição das 41 músicas e textos declamados, em blocos que transmitem escolhas recorrentes de sua carreira.

    Canções caipiras, a louvação da Bahia, o encantamento com o mar, a descoberta do amor, a descoberta de que o amor é finito, a religiosidade.

    Está tudo ali, num show em que Bethânia emenda uma música na outra, praticamente sem pausa, à exceção de uma saída para troca de roupa, caracterizando uma divisão da apresentação em dois atos.

    A primeira dessas partes é mais retrospectiva, com canções de notórios favoritos, como Caetano, Chico Buarque, Roberto e Erasmo. Ganham completamente o público momentos como "Gita", de Raul Seixas e Paulo Coelho, surpresa para os fãs, e a pequena catarse que vem com "Começaria Tudo Outra Vez", de Gonzaguinha.

    No segundo ato, Bethânia consegue uma reação ainda mais intensa do público mesmo trazendo várias canções novas, de gente como Roque Ferreira, Chico César e Leandro Fregonesi.

    Próximo do final, ela canta duas envolventes criações recentes de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, "Alguma Voz" e "Viver na Fazenda", que deveriam fincar pé no seu repertório.

    Durante as quase duas horas de show, Bethânia canta sobre um piso que funciona como um telão. Do chão sobem feixes de luz que, combinados com as imagens do tapete eletrônico, criam um incrível impacto visual.

    Ao encerrar com "Silêncio", nova de Flávia Wenceslau, Bethânia tem o público extasiado. Diante de histéricos pedidos de bis, ela revela que não preparou nada, mas que existe uma canção que ela ama e quer cantar por toda a carreira.

    A plateia canta junto "O Que É, o Que É", de Gonzaguinha, a dos versos célebres "Eu fico com a pureza das respostas das crianças/ É a vida! É bonita e é bonita!". Emoção bastante para encerrar um show fantástico.

    MARIA BETHÂNIA

    QUANDO dom. (22), às 20h

    ONDE HSBC Brasil, r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212

    QUANTO ingressos esgotados

    CLASSIFICAÇÃO 14 anos

    AVALIAÇÃO ótimo

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