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    Pianista Nelson Freire toca na Cidade Proibida chinesa

    MARCELO NINIO
    DE PEQUIM

    23/03/2015 02h38

    O maior pianista brasileiro e um compositor alemão do século 19 se uniram em Pequim num encontro raro, em noite de muitos aplausos.

    Nelson Freire lotou a sala de concertos da Cidade Proibida –antigo palácio imperial, no centro da capital chinesa– na sexta-feira (20), onde cativou uma plateia jovem e irrequieta interpretando sua maior especialidade, Robert Schumann (1810-56).

    Além do cenário e do público, Freire tinha um motivo a mais para estar emocionado. Foi sua primeira visita à China desde 1981, quando se apresentou num país que hoje está transformado, após três décadas de abertura e crescimento econômico acelerado. Antes de Pequim, ele se apresentou em Xangai.

    Izilda França/Divulgação
    Apresentação de Nelson Freire na Sala São Paulo, na abertura da temporada Cultura Artística 2014
    Apresentação de Nelson Freire na Sala São Paulo, na abertura da temporada Cultura Artística 2014

    "A diferença é enorme. Incrível como fui bem recebido por um povo maravilhoso, que se parece com o brasileiro. Espontâneo, caloroso, sensível", disse o pianista.

    Freire tocou com a Orquestra Filarmônica da China, sob regência de Xia Xiaotang, para interpretar o "Concerto para Piano, Op. 54", de Schumann. Os aplausos começaram antes da apresentação –sinal da ansiedade da plateia.

    Entre os presentes havia estudantes de música, encantados com a chance de ver o virtuosismo de Freire, a quem só conheciam de gravações.

    "Toco esta peça de Schumann e conheço a dificuldade do terceiro movimento. Fiquei impressionado com o controle exibido por Freire", disse o pianista Yu Ji, 26, que estuda para ser maestro.

    Feliz com o retorno à China após 34 anos, Freire planeja uma nova turnê no país provavelmente para setembro.

    Ele diz que o mercado chinês para a música clássica está crescendo, e que o país produz grandes músicos. "Duas das maiores estrelas do piano da atualidade são chineses, Lang Lang e a Yujia Wang", lembrou.

    Para ele, interpretar Schumann para a China do século 21 comprova a atualidade do alemão. "A grande música não tem tempo nem idade. É maior que a vida", disse.

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