Um dos grandes celeiros de tendências dos EUA, o festival SXSW (South By Southwest), que ocorre em Austin, no Texas, mostrou neste ano que as grandes inovações tecnológicas e culturais já estão entre nós.
Realidade virtual? Agora toda empresa de tecnologia que se preze tem sua própria versão de óculos de realidade virtual. Carros voadores? Devem ser lançados em menos de dois anos. Robôs que constroem, limpam e resgatam pessoas de catástrofes? Órgãos artificiais para transplante que são impressos em poucos minutos? Tudo isso já existe e foi mostrado no evento.
É tudo tão interessante que é preciso ser criativo para ser visto no SXSW. O filme "Ex Machina", que discute a relação amorosa entre humanos e robôs, criou um perfil no aplicativo de paquera Tinder que era operado por uma máquina. Muita gente caiu.
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| Ava (Alicia Vikander) em cena de "Ex Machina", de Alex Garland |
A série "Mr. Robot", com estreia prevista para este ano na TV americana, obrigou as pessoas a "conversarem" com um hacker em código para acessar o wi-fi do aeroporto de Austin de graça.
Realidade virtual
Foi o grande tema do SXSW. A Samsung demonstrou seus óculos de realidade virtual, com os quais era possível fazer uma simulação com o filme "Insurgente" ou assistir a um vídeo bastante realista de snowboarding
Meerkat
Há anos um aplicativo não fazia tanto sucesso no SXSW –desde que o Twitter foi lançado no evento, em 2007, e o Foursquare, em 2009. O Meerkat, para streaming de vídeo, não tem muita novidade, mas virou o assunto
Inteligência artificial
O SXSW deixou a sensação de que as pessoas estão mais abertas a robôs circulando entre nós, como mostrou o filme "Ex Machina", de Alex Garland. Havia um zoológico de robôs, no qual era possível operar alguns modelos
Indústria automotiva
Os grandes temas do evento para o setor automotivo foram os carros autônomos (sem necessidade de piloto) e os carros voadores –os últimos, produzidos pela empresa AeroMobil, devem ser lançados em 2017
Ecologia
Alternativas para os meios de transporte, de combustíveis diferentes a serviços de caronas compartilhadas, em que motoristas e passageiros são colocados em contato de acordo com sua origem e destino, também foram fortes
Cyber-bullying
O tema foi bastante discutido e teve até representantes brasileiras –Amanda Luz (da campanha Chega de Fiu Fiu) e Juliana de Faria (do centro de estudos Think Olga), que falaram sobre assédio sexual sofrido por mulheres na internet
Wearables
As tecnologias "vestíveis" não só estiveram no SXSW como o evento também encorajou os frequentadores a pensarem nelas como acessórios de moda, e não apenas funcionais. Para isso, convocou a modelo Karlie Kloss, da Victoria's Secret, para falar sobre o assunto
Marcas sustentáveis
O que antigamente era um nicho agora parece virar mainstream. A prova disso é a atriz Jessica Alba, que esteve no evento para falar sobre sua marca, a Honest Company, que faz desde produtos de beleza a fraldas ecológicas. O Brasil foi representado pela marca de calçados de tecidos reciclados Insecta
Brasil
Representado no evento por 58 empresas (contra 28 no ano passado), o país provou que não sabe fazer só Carnaval e caipirinha. Destacaram-se empresas como a MovPak, que produz um inventivo skate que vira mochila
Impressão 3D
A técnica mostrou que vai invadir todos os setores da indústria, como cinema, moda, artes visuais, saúde, setor automotivo e até alimentício –uma marca de bolachas permitiu escolher o sabor que você quisesse e "imprimiu" a bolacha na hora
Aplicativos
No ano passado, as empresas presentes ofereciam serviços (principalmente caronas) e prêmios em troca de tuítes. Neste ano, porém, o download de apps foi a moeda de troca da vez. Instruções para entrar numa festa secreta, por exemplo, foram enviadas por notificação em aplicativos. O download também virava ingresso e prêmios
Drones
Em Austin, parece que todo mundo tem um drone –veículo aéreo não tripulado. Eles são os novos aviõezinhos ou helicópteros de controle remoto
O rock voltou
Wolf Alice, Public Access T.V., Girl Band, July Talk e Courtney Barnett mostraram que a popularidade do gênero está próxima de uma ressurreição com vocais femininos. Ellie Rowsell, do Wolf Alice, é a líder da onda