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    Atração do Lollapalooza, líder dos Smashing Pumpkins ataca o pop

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    25/03/2015 02h39

    "Billy Corgan enlouqueceu." Essa é a segunda opção de pesquisa sugerida pelo Google quando se digita o nome do líder da banda Smashing Pumpkins. Não é para menos: nos últimos anos, ele montou uma empresa de luta livre, um site espiritual e criou uma sessão de música ambiente com duração de oito horas baseada no romance "Sidarta", de Hermann Hesse.

    Corgan também tem se comportado feito fio desencapado: disse que socaria o rapper Kanye West, conclamou roqueiros a combater os cantores pop e disparou contra o Pearl Jam e o Foo Fighters.

    Neste domingo (29), o Smashing Pumpkins, banda de rock alternativo que estourou nos anos 1990, sobe a um dos quatro palcos do autódromo de Interlagos, em São Paulo, como uma das principais atrações do festival Lollapalooza.

    Brian Rasic/REX
    O guitarrista Billy Corgan (dir.) e o baixista Mark Stoermer, da banda Smashing Pumpkins, durante show, em Londres, em 2014
    O guitarrista Billy Corgan (dir.) e o baixista Mark Stoermer, da banda Smashing Pumpkins, durante show, em Londres, em 2014

    No repertório, muitas canções do recente álbum "Monuments to an Elegy" (2014), mas Corgan diz ter consciência de que não poderão faltar os hits antigos, como "Disarm", "Tonight, Tonight", "Bullet with Butterfly Wings" e "1979".

    Único remanescente da formação original, o guitarrista de 48 anos se diz incomodado com o peso do legado do grupo que ele vem liderando desde a criação, em 1987. "Não lido bem. É por isso que cada vez faço menos turnês", afirma, em entrevista à Folha.

    Ao telefone, a voz de Corgan pouco lembra o timbre anasalado que marca as canções dos Pumpkins. Mas o tom azedo corrobora as ácidas entrevistas que seu líder tem concedido ultimamente.

    O primeiro disparo de sua metralhadora verbal é contra a música pop, estilo que marca o hit "Happy", de Pharrell Williams, que tocará no mesmo horário durante o festival.

    "Não tenho nada contra ele, mas não vejo o pop como um estilo refinado", afirma Corgan. "Me dê grandes momentos da música pop. Não há."

    E continua: "Todos os grandes momentos da música vieram do rock, do blues e do jazz. O pop tem a ver com celebrar o momento e nada mais. Os outros têm uma tradição, celebram passado, presente e futuro simultaneamente. É por isso que Jimi Hendrix, Miles Davis e Louis Armstrong têm impacto cultural até hoje".

    O rock contemporâneo tampouco agrada ao músico. "O rock vive um péssimo momento e talvez nunca se recupere."

    E qual o impacto dos Smashing Pumpkins no rock? "Não quero discutir qual é o meu lugar no rock, mas, com o tempo, com as futuras gerações, as coisas vão ficar mais claras. Sei que não nunca nos compreenderam bem."

    O FIM?

    Enquanto excursionam em turnê sul-americana –tocaram no Chile e passarão por Rio na quarta (25) e Brasília na sexta (27)–, os Smashing Pumpkins preparam um 11º álbum, com previsão de sair neste ano.

    "Será mais experimental", diz Corgan. "Eu estou meio cheio do 'guitar rock'. Música de guitarra não empolga mais os fãs como antigamente."

    Diz também que o 11º álbum será o fim, mas não detalha se isso significa dissolver a banda (pela segunda vez) ou mudar de estilo. "Pode ser o fim de muitas coisas. É o fim do que seja lá o que foi que eu criei em 1987. Não sei. É isso."

    Os Smashing Pumpkins se apresentam no segundo dia, o mais pop. Além de Pharell, tocam nesta noite o DJ americano de electro house Steve Aoki e o escocês Calvin Harris. Já o sábado (28) será mais roqueiro, com shows de Jack White, Robert Plant, Bastille e Kasabian, entre outros.

    DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

    SÁBADO (28): Banda do Mar, Boogarins, Alt-J, Kasabian, St. Vincent, Robert Plant, Skrillex, Marina and The Diamonds, Jack White, Bastille, Major Lazer

    DOMINGO (29): O Terno, Interpol, The Kooks, Three Days Grace, Foster the People, Pitty, Calvin Harris, Smashing Pumpkins, Pharell Williams

    LOLLAPALOOZA
    QUANDO sáb. (28) a dom. (29) - veja horários no quadro ao lado
    ONDE Autódromo de Interlagos, av. Senador Teotônio Vilela, 261
    QUANTO de R$ 340 (um dia) a R$ 660 (dois dias)
    CLASSIFICAÇÃo 15 anos; de 5 a 14 anos com pais ou responsáveis

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