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    João Donato e Chucho Valdés tocam clássicos em apresentações em SP

    LUIZA FRANCO
    DO RIO

    26/03/2015 19h51

    O pianista cubano Chucho Valdés, 73, ouvia música brasileira em casa com seu pai. Enquanto isso, o músico brasileiro João Donato, 80, afinava os ouvidos para os ritmos afro-caribenhos em Nova York.

    Décadas depois, os dois tocam a quatro mãos composições brasileiras e cubanas no show "Conexão Brasil-Cuba", que estreia nesta quinta (26) no Sesc Belenzinho.

    Juntos, vão tocar músicas deles próprios, como "Bananeira" (Donato e Gilberto Gil), "Nasci para Bailar" (Donato e Paulo André Barata) e "Emoriô" (Donato e Gilberto Gil), e velhos clássicos, como "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso), "Guantanamera" (poema de José Martí e música de Josito Fernandez) e "Bésame mucho" (Consuelo Velázquez).

    Adrián Ruiz de Hiero/Efe
    O pianista Chucho Valdés em apresentação de 2014
    O pianista Chucho Valdés em apresentação de 2014

    O pai de Chucho, Bebo Valdés, lenda do jazz latino morto em 2013, será homenageado com duas de suas composições, "Pan Con Timba" e "Con Poco Coco".
    Mesmo sob a ditadura de Fulgêncio Batista (1952-59), Bebo fazia Chucho ouvir música de vários cantos do mundo. Inclusive do Brasil, de Villa-Lobos à Bossa Nova.

    Para os dois pianistas, a música brasileira e a cubana têm o mesmo DNA: a influência africana. Com cinco Prêmios Grammy e três Grammy Latinos, Valdés é uma das figuras mais influentes do moderno jazz afro-cubano.

    A música de Donato, também dono de um Grammy Latino, tem forte presença de elementos caribenhos, que ele mistura com a Bossa Nova – da qual é um dos precursores – e o jazz.

    Ele conta que foi durante sua estadia em Nova York que essa influência se tornou mais palpável. "Eu queria tocar jazz, mas, quando cheguei, percebi que era para poucos. O que era forte eram as festas latinas, cubanas, portorriquenhas. Tinha sempre uma para a gente se divertir, e trabalhar também. Assim fui adquirindo gosto pela música cubana", diz Donato.

    A ideia de juntar os dois pianistas foi de Pedro Paulo Machado, ex-dono do bar de música Mistura Fina, no Rio. Mas, antes disso, os dois já haviam se conhecido na casa de Valdés em Havana em 2008, quando Donato tocou no Festival Plaza Jazz, do qual Valdés era diretor musical. "Tocamos um para o outro, o outro para o um, e ficamos amigos", resume Donato.

    É possível que dessa amizade surja um novo CD – por ora, isso é somente um desejo dos dois.

    CONEXÃO BRASIL-CUBA
    ONDE Sesc Belenzinho r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. (11) 2076-970
    QUANDO qui. (26) a sáb.(28) às 21h30
    QUANTO R$ 12 a R$ 40
    CLASSIFICAÇÃO 18

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