A chuva leve que caiu pela manhã neste domingo (29) no parque Ibirapuera deu trégua 15 minutos antes do show do trompetista norte-americano Wynton Marsalis com a Jazz at Lincoln Center Orchestra, que encerrou o Brasiljazzfest, no gramado aos fundos do auditório.

Com o sol ameaçando sair por entre as nuvens, Marsalis subiu ao palco pouco depois das 11h, aplaudido por um público família, com muitas crianças e ciclistas, que chegou aos poucos até lotar o gramado.

A organização do evento estimou o público em 15 mil pessoas. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, esse é o volume estimado pelo Corpo de Bombeiros em shows nos fundos do auditório quando o público chega até as árvores atrás das caixas de som, como aconteceu neste domingo.

No repertório, músicas dos brasileiros Hermeto Pascoal e Moacir Santos, de quem Marsalis se diz fã, ganharam espaço entre obras de medalhões como Dizzy Gillespie e Horace Silver.

A homenagem ao Brasil começou já na abertura, com "Bebe", de Hermeto, seguida de "Things to Come", de Gillespie. "God's Trombone", de Chris Crenshaw, integrante da Jazz at Lincoln Center Orchestra, e "Senior Blues", de Horace Silver, vieram na sequência.

A pegada latina voltou com "O Ovo", de Hermeto, que contou com a participação surpresa do músico brasileiro Ari Colares no pandeiro –foi quando a batida de frevo dominou o ambiente.

Depois de mais de uma hora de show, Marsalis e a orquestra voltaram para o bis, numa série que incluiu "Coisa nº 8", do "mestre" Moacir Santos, como apresentou Marsalis.

"Sou fã do Marsalis e fiquei surpresa com tanta música brasileira no repertório. Imagino que não toquem com tanta frequência, mas ficou muito bom", disse a diretora de marketing Julia Farkas, 29, que organizou um "jazzquenique" para os amigos, com direito a bandeja de metal cheia de brigadeiros e musses de "maracujazz".

A trégua de São Pedro durou até o final do show. Uma hora depois, voltou a chover no parque.