O evento que lançou boa parte dos estilistas que já passaram pela São Paulo Fashion Week faz 18 anos sofrendo uma reformulação geral.
A Casa de Criadores, única plataforma efetiva de lançamentos de jovens criadores de moda, não será mais focada em desfiles, mas em ações culturais como vídeos produzidos pelos estilistas, "happenings" e só algumas apresentações de passarela.
O evento, nos dias 22, 23 e 24 deste mês, não ocorrerá no centro de São Paulo, como nas duas últimas edições. Desta vez, a organização fechou parte do Estádio do Pacaembu, na zona oeste de SP, para abrigar a programação.
O custo do evento, bancado por patrocinadores, sem dinheiro público, continuará sendo de R$ 1 milhão, mas 40% do line-up foi cortado. Walério Araújo, por exemplo, não participará mais da Casa.
"Percebi que o lado comercial é importante e deixamos na programação apenas marcas com alguma expressão no mercado", diz André Hidalgo, diretor da Casa.
Bailarinos da São Paulo Cia. de Dança, por exemplo, farão apresentação para o estilista Jadson Raniere. Já o estilista Arnaldo Ventura fará um desfile em forma de vídeo.
"A passarela é um formato importante para os estilistas, mas não é o único. É preciso olhar para novas formas de apresentação", diz Hidalgo.
Mais enxuto, o evento trará uma das joias criativas da SPFW, a estilista paulistana Fabia Bercsek. Ela voltará a desfilar após, em 2010, ter fechado sua loja em São Paulo por problemas financeiros.
Ela apresentará uma coleção focada no tênis, item principal de sua parceria com a Cravo & Canela, do grupo de moda Priority, que, ao lado do grupo Lunender, patrocina a Casa de Criadores.
A junção de conglomerados de moda com jovens criadores é, para Hidalgo, o trunfo da nova fase da Casa.