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    ANÁLISE

    Quadros centrais da carreira de Volpi voltam ao acesso do público

    FABIO CYPRIANO
    CRÍTICO DA FOLHA

    21/04/2015 03h05

    Alfredo Volpi guardou consigo 47 obras que realizou ao longo da carreira, escolhendo as mais significativas de cada fase. Essas pinturas, que após morrer se integraram a seu espólio, representam assim aquelas mais queridas e admiradas por ele mesmo.

    Com esses trabalhos, Volpi mantinha uma relação afetiva e, por isso, nunca quis vendê-los, apesar do assédio constante dos amigos "volpistas" que frequentavam sua residência.

    Dois exemplos dessa relação são o retrato da ilustradora Hilde Weber e o de Judith, sua mulher, em comodato no Museu de Arte Contemporânea da USP desde 2013. As telas são consideradas obras-primas do artista nos anos 1940.

    Uma das telas ainda desaparecidas, identificada no site do Instituto Alfredo Volpi como de número 45 na seção "roubadas/extraviadas", alcança o mesmo valor, pois é uma de suas melhores obras da fase concreta, na década de 1950, que durou só três anos.

    A apreensão de mais uma obra ganha relevância no sentido de que o corpo central da obra de Volpi, composto de suas telas preferidas, retornam ao público. Para tanto é preciso dar crédito ao Instituto Alfredo Volpi, constituído por amigos do artista, estimulados aliás por ele mesmo.

    Em 1980, por meio de uma escritura pública, Volpi deu poderes a esses amigos para continuarem a catalogar sua obra, o que ele tinha iniciado a fazer pessoalmente, ao longo da carreira, e também foi feito brevemente pelo Museu de Arte de São Paulo, o Masp, entre 1978 e 1980.

    Esses amigos, entre eles Marco Antonio Mastrobuono, Ladi Biezus e José Basano Netto, fotografaram as obras que estavam na casa do artista em julho de 1997. É por meio dessa catalogação que a polícia e a Justiça podem realizar ações como a da última terça-feira (14) na Bolsa de Arte.

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