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    Sem o Kid Abelha, Paula Toller canta letras alegres em São Paulo

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    24/04/2015 02h10

    Fim de tarde no Rio de Janeiro. Paula Toller faz poses em cima da caixa d'água de um shopping carioca. Tudo porque o fotógrafo da Folha quis registrar uma imagem da cantora com o Cristo Redentor ao fundo da cena.

    Um segurança do shopping aparece e pede para interromper as fotos. Mas rolam mais algumas, sem dramas. O repórter diz que é a Paula Toller, são fotos para o jornal... E o homem interrompe: "Lógico que sei quem é. Todo mundo sabe quem é ela".

    No entanto, o que o segurança talvez não saiba, e muita gente também não, é que Paula se lança numa nova fase. Está em turnê de lançamento do terceiro disco de estúdio, "Transbordada", com o show que mostra nesta sexta-feira (24) em São Paulo.

    Ricardo Borges/Folhapress
    Paula Toller posa na caixa d'água de um shopping carioca, antes de o segurança aparecer
    Paula Toller posa na caixa d'água de um shopping carioca, antes de o segurança aparecer

    Mas não se trata apenas de novas músicas –são dez, todas em parceira com o músico e produtor Liminha. É um reinício de carreira para Paula, com o fim do Kid Abelha, notícia que ainda não está espalhada para os fãs.

    "A carreira do grupo acabou, não tem mais turnê nem disco. Custei a admitir para mim mesma, mas precisa ter espírito de grupo, nós não temos mais", conta Paula. Ela diz que ficar só uma coisa profissional não daria certo para a banda.

    "É estranho, porque eu batalhei muito por esse grupo. A gente não tem mais estimulo para fazer disco inédito. Acho que o público também não absorve mais."

    É curioso que "Transbordada" tenha o jeitão de "greatest hits" dos primeiros álbuns do Kid Abelha, nos anos 1980, com várias músicas para tocar em rádio. "O primeiro disco do Kid teve sete músicas nas paradas, o segundo teve cinco", recorda a cantora.

    Segundo Paula, o primeiro solo, que leva seu nome, era um disco de intérprete, de um repertório de memórias e influências, até de coisas que ouvia antes do Kid Abelha. "Para mostrar a voz", conta.

    "SóNós", o segundo, foi uma coisa de rede, com parceiras diferentes em repertório inédito. "Com ele montei um show recital, mais cool, para ser assistido no teatro."

    Isso mudou. "Cansei de tudo parado, quero rock, quero dançar, um show agitado." E veio o nome do Liminha. "A gente vive se cruzando. Moramos muitas vezes no mesmo prédio, em vários prédios."

    Eles começaram a se encontrar semanalmente. "Com o Liminha é rápido. Ele toca todos os instrumentos, tem uma ideia e já vai fazendo."

    Paula pensava em "Fixação", sucesso do Kid. "Mistura de funk e rock, música para dançar, com pouca letra."

    Ela confessa a tendência a escrever de um modo amargo e que letras alegres não são fáceis para ela.

    "Quando você é adolescente, alegria é um sentimento burro, você fica preso a uma melancolia intelectualizada. Mas aí você cresce, a vida fica mais punk, e a alegria passa a ser importante."

    PAULA TOLLER
    QUANDO sex. (24), às 22h
    ONDE Citibank Hall, av. das Nações Unidas, 17.955, tel. (11) 4003-5588
    QUANTO de R$ 80 a R$ 200
    CLASSIFICAÇÃO 13 anos

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