• Ilustrada

    Monday, 20-May-2024 08:58:49 -03

    Filme na TV: 'Guerra Conjugal' convida a julgar e não a entender personagens

    INÁCIO ARAUJO
    CRÍTICO DA FOLHA

    02/05/2015 05h43

    Em geral as pessoas não se incomodam. Eu, sim. Parte dos filmes de Joaquim Pedro de Andrade tem o inconveniente de nos colocar um palmo acima dos personagens. Em vez de observar suas vidas, somos chamados a julgá-las. Assim é em "Guerra Conjugal" (1975, 14 anos, TV Brasil, 23h30), adaptação dos contos de Dalton Trevisan sobre o que Joaquim definiu como "psicopatologia amorosa na civilização do terno e gravata".

    Em qualquer civilização, amor e psicopatologia amorosa são praticamente uma coisa só. É preciso, porém, não se esquecer de que, em 1975, agredir o "terno e gravata" era uma forma de se opor ao poder da ditadura.

    Aliás, é sem terno e gravata que se desenvolve o melhor episódio, aquele, antológico, em que dois velhinhos casados têm prazer se odiando.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024