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    CRÍTICA

    Peggy de 'Mad Men', Elisabeth Moss segura 'dramédia'

    TETÉ RIBEIRO
    EDITORA DA SERAFINA

    08/05/2015 02h20

    Na reta final de "Mad Men", a atriz Elisabeth Moss, intérprete da publicitária Peggy Olson em seu trabalho de mais destaque até hoje, estreia no Brasil o longa independente "Cala a Boca, Philip", ao lado de Jason Schwartzman e Jonathan Pryce.

    Na série da TV, sua personagem passou de secretária a chefe de uma equipe, teve um caso com um colega que resultou numa gravidez indesejada e, agora, entra aos trancos e barrancos em um universo dominado por homens gentis e cafajestes, avessos a novos comportamentos, com exceção aos que trazem mais dinheiro ou mais poder. Ou sexo.

    Cala a Boca, Philip

    Até o último dia 3, na Broadway, Moss protagonizava a peça "The Heidi Chronicles", ao lado de Jason Biggs (de "Orange Is the New Black", uma revelação no teatro), com plateias lotadas e pelo menos um monólogo da atriz que deixava o público ou imóvel ou aos prantos.

    Era uma cena em que a feminista Heidi, que apostou na carreira e, no processo, perdeu o grande amor de sua vida. E se vê, aos 40, sozinha e invejosa das amigas mais convencionais. Em uma palestra para uma turma de estudantes, diz que não entende mais o feminismo. Não era para sermos mais unidas? O feminismo não vai emplacar como prometia porque as mulheres, afinal, se odeiam?

    Elisabeth Moss se mostra uma atriz cada vez mais interessante. Aos 32 anos, com 25 de carreira (começou aos sete no telefilme "Bar Girls"), já passou por outra série de sucesso e prestígio, "West Wing: nos Bastidores do Poder" (1999-2006), e, mais recentemente, pela ótima minissérie "Top of the Lake".

    Divulgação
    Créditos: Divulgação Legenda: cena do filme "Cala a Boca Philip" ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    A atriz Elisabeth Moss como Ashley, em cena da comédia drama "Cala a Boca, Philip"

    Na vida pessoal, casou-se com e se divorciou do comediante Fred Armisen, ex-integrante do "Saturday Night Live". E virou cientologista, o culto de que fazem parte Tom Cruise e John Travolta.

    No cinema, já foi dirigida por Walter Salles em "Na Estrada" (2012) e fez o muito bom e muito esquisito "Complicações do Amor" (2014).

    Agora é a principal personagem feminina deste "Cala a boca, Philip", um pseudo-Woody Allen, com um personagem principal egocentrado, deprimido e verborrágico.

    Philip é um escritor, com um primeiro romance best-seller, que sofre para escrever o segundo livro. Moss é sua namorada, com quem vive em Nova York, uma cabeleireira e artista plástica descolada e independente, com pouca paciência para os dramas do parceiro.

    Até que ele conhece um escritor bem mais velho e consagrado, um de seus ídolos (papel de Jonathan Pryce), que oferece a ele uma casa na praia, onde vai ter a calma necessária para produzir. Mas, lá, Philip conhece a filha maluquete do escritor e se envolve romanticamente.

    O filme é interessante, tem bons diálogos, boas piadas, situações inusitadas. Mostra um cineasta a caminho de boas realizações. E mais uma prova do talento camaleônico de Moss. Que, espero, tenha inspirado o criador de "Mad Men", Matthew Weiner, a escrever um final épico para Peggy Olson, uma das melhores personagens de uma das melhores séries da TV atual.

    CALA A BOCA, PHILIP
    DIREÇÃO: ALEX ROSS PERRY
    ELENCO: JASON SCHWARTZMAN, ELISABETH MOSS E JONATHAN PRYCE
    PRODUÇÃO: EUA, 214, 12 ANOS
    QUANDO: EM CARTAZ

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