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    'Sticky Fingers', dos Rolling Stones, é relançado com material inédito

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    11/05/2015 02h31

    Em 1971, um LP chegou às lojas com um zíper na capa. Um zíper de verdade, igual a esses vendidos em armarinhos. Numa situação de emergência, era possível rasgar a capa e usar o zíper no lugar do que quebrou na calça.

    A foto mostrava os quadris de um homem vestindo jeans apertado, que deixava o volume do pênis realçado, e a abertura do zíper exibia uma capa interna, com a foto do sujeito de cuecas. Era possível, literalmente, despir a capa.

    David Montgomery/Divulgação
    Mick Jagger em foto promocional do disco "Sticky Fingers"
    Mick Jagger em foto promocional do disco "Sticky Fingers"

    Para bancar uma coisa dessas –e manter o preço normal de um LP nas lojas– é preciso ser maluco. Ou fazer parte dos Rolling Stones.

    "Sticky Fingers", o nono álbum de estúdio dos Stones, vendeu um milhão e meio de cópias pelo planeta nos primeiros dois meses. E muito fã se arrependeu de não ter comprado, depois que edições posteriores do disco não trouxeram mais o zíper, por clara contenção de despesas.

    Colocando de lado a ideia do zíper, do artista plástico Andy Warhol –que nas primeiras prensagens do disco incluiu também uma fivela–, "Sticky Fingers" é o melhor álbum dos Stones. Alguns preferem "Beggars Banquet" (1968) ou "Exile on Main St." (1972), mas a maioria vence.

    Quem ainda não o conhece (quem?) pode se converter com a nova e ampliada reedição do álbum que começa a ser vendida no dia 9 de junho. A versão sai em LP e CD duplo.

    O primeiro disco traz o álbum original, com dez faixas. O segundo tem versões alternativas de cinco músicas do LP —os Stones já soltaram "Bitch", mais longa e encorpada (veja abaixo)— e outras cinco gravadas no show que a banda fez em 14 de março de 1971, na casa londrina Roundhouse.

    Sugar

    Há várias razões para se destacar "Sticky Fingers". É o primeiro disco que a banda lançou por seu próprio selo, com o hoje famosíssimo logo da boca com a língua para fora. Traz a primeira grande contribuição musical do exímio guitarrista Mick Taylor, que substituiu o Stone fundador Brian Jones, morto em 1969. E tem o repertório mais equilibrado que a banda já gravou com seus três modelos básicos: rock, blues e balada.

    Um exemplo impecável de cada: "Brown Sugar" (veja abaixo), rock rasgado de letra ambígua; "I Got the Blues"; e "Wild Horses", balada de cortar o coração.

    Além disso, o disco trouxe a primeira letra roqueira explícita sobre drogas, "Sister Morphine". Realmente foi muita coisa nova de uma vez.

    CURIOSIDADES DO DISCO:

    A CAPA
    Andy Warhol idealizou a capa. Mas quem fez a foto foi Billy Name, fotógrafo que frequentava o estúdio Factory, QG de Warhol nos anos 1960. E o modelo não é Mick Jagger, outra lenda que se espalhou. Na capa está Joe Dalessandro, "muso" de Warhol.

    Reprodução
    Capa do álbum "Sticky Fingers", lançado pelos Rolling Stones em 1971
    Capa do álbum "Sticky Fingers", lançado pelos Rolling Stones em 1971

    A LÍNGUA
    Primeiro disco da gravadora aberta pelos Stones, "Sticky Fingers" foi a estreia do famoso logo da língua que marcaria a banda inglesa para sempre. Foi criado por Ernie Cefalu, mas o desenho final é de John Pasche.

    John Pasche
    Logotipo da boca dos Rolling Stones
    Logotipo da boca dos Rolling Stones

    O NOVATO
    Mick Taylor tinha 20 anos quando entrou para os Stones em 1969. E com ele a banda gravou suas melhores guitarras. "Sticky Fingers" foi seu primeiro disco "completo" na banda. No anterior, "Let It Bleed", só participou em duas faixas.

    Divulgação
    O guitarrista Mick Taylor, dos Rolling Stones, em 1969
    O guitarrista Mick Taylor, dos Rolling Stones, em 1969

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    ARTISTA Rolling Stones
    GRAVADORA Polydor
    QUANTO de R$ 55 a R$ 455, na internet, a partir de 8/6

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