• Ilustrada

    Friday, 03-May-2024 18:41:34 -03

    CRÍTICA

    Mostra em SP baseada no Instituto Inhotim falha em representá-lo

    FÁBIO CYPRIANO
    CRÍTICO DA FOLHA

    13/05/2015 02h20

    Inhotim é hoje a mais ambiciosa instituição de arte no país. Mistura de museu de arte contemporânea com jardim botânico, as galerias localizadas em Brumadinho (MG) permitem uma imersão na produção artística de ponta.

    Isso ocorre graças à integração com a natureza e à construção de pavilhões individuais, nos quais fica clara a poética de cada artista.

    Não há, no Brasil, como conhecer a obra de Miguel Rio Branco, Cildo Meireles ou Adriana Varejão, para citar alguns, sem visitar Inhotim.

    "Do Objeto para o Mundo", exposição em cartaz no Itaú Cultural, com curadoria de Rodrigo Moura e Inês Grosso, apesar de exibir trabalhos do acervo do instituto, contradiz tudo o que o torna original.

    No primeiro andar, a mostra reforça uma narrativa já sedimentada em que o concretismo é a base da produção contemporânea brasileira.

    Obras bastante conhecidas de artistas como Lygia Pape, Lygia Clark e Hélio Oiticica estão em diálogo com a produção contemporânea de estrangeiros –tese já explorada no 31º Panorama da Arte Brasileira do MAM, em 2009.

    Nesse piso, a boa surpresa é a inclusão do grupo japonês Gutai, que surgiu em 1954 e é considerado precursor da performance. Sua relação com a produção brasileira é evidente e já tem ocupado pavilhões temporários de Inhotim.

    É no primeiro subsolo, contudo, que a mostra chega mais perto de uma visita ao instituto mineiro. Quatro instalações de grande força envolvem o visitante sem apresentar um discurso didático.

    "Seção Diagonal", de Marcius Galan, que questiona a visão como decodificadora do mundo, é um dos pontos altos em Inhotim. Sua replicação no Itaú é um dos poucos momentos de diálogo efetivo com a sede. O mesmo ocorre com "16 mm", trabalho de Daniel Steegmann Mangrané, um filme imersivo em uma floresta e que melhor traduz a visita a Inhotim. Mas é muito pouco para quem conhece o original.

    Divulgação
    Obra "16 mim”, de Daniel Steegmann Mangrané, filme imersivo em uma floresta na exposição “Do objeto para o mundo” em cartaz no Itaú Cultural, com obras de Inhotim ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Obra "16 mim", de Daniel Steegmann Mangrané, filme imersivo em uma floresta na exposição ;"Do Objeto Para o Mundo";

    DO OBJETO PARA O MUNDO
    QUANDO de ter. a sex., das 9h às 20h; sáb. e dom., das 11h às 20h; até 31/5
    ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776
    QUANTO grátis
    AVALIAÇÃO ruim

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024