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    Rock in Rio Las Vegas é dividido em dois fins de semana, com rock e pop

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS (ESTADOS UNIDOS)

    18/05/2015 02h20

    O festival foi dividido em dois fins de semanas de maio, o primeiro dedicado ao rock, e o segundo, ao pop. Os chamados "headliners", bandas principais que encerram cada noite, eram de gerações diferentes.

    Os roqueiros: No Doubt, banda que teve seu auge nos anos 1990, tocou na sexta (8); o Metallica, surgido na década de 1980, fechou o sábado (9).

    No fim de semana pop, as duas maiores atrações foram cantores que dominam agora as paradas: Taylor Swift, na sexta (15), e Bruno Mars, no sábado (16).

    Robyn Beck/AFP
    Taylor Swift durante seu show no Rock in Rio em Las Vegas, nos Estados Unidos
    Taylor Swift durante seu show no Rock in Rio em Las Vegas, nos Estados Unidos

    De uma semana para outra houve um rejuvenescimento do público na Cidade do Rock, uma reprodução da brasileira erguida em uma grande área urbana pertencente à MGM, gigante do entretenimento que acertou parceria com o Rock in Rio para três edições em Las Vegas, nos Estados Unidos (as outras estão previstas para 2017 e 2019).

    O local pode receber até 85 mil pessoas por dia, dando ao festival a capacidade total de 340 mil pessoas. Segundo a produção, foram vendidos 172 mil ingressos, praticamente a metade.

    O Rock in Rio apresentou novidades para o estilo de festival característico dos americanos, resumido a bons palcos, espaço para o público circular e fast-food. Foram construídas três Rock Streets, "ruas" temáticas dedicadas a Brasil, Reino Unido e Estados Unidos, com bares, restaurantes e um palco pequeno em cada uma. Com mais espaço do que a área tem no Brasil, foi formada uma "praça" gramada, com uma roda-gigante no centro.

    A movimentação das pessoas entre os grandes palcos e essa praça de alimentação foi intensa todos os dias, desde a tarde. Os norte-americanos se surpreenderam com a ausência dos banheiros químicos. Como no Rio, todos foram construídos em edificações com encanamento.

    Mas a produção brasileira também precisou se adaptar a alguns procedimentos comuns nos Estados Unidos. Um deles foi a venda casada do fim de semana. O hábito local de comprar entradas para os dois dias foi, segundo Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, o motivo para dividir o evento em rock e pop. "Seria difícil alguém comprar ingresso para ver Metalica num dia e Taylor Swift no seguinte", explica a empresária.

    O festival de Las Vegas também seguiu a tendência que busca eliminar as transações em dinheiro no consumo de quem vai ao local. Foram disponibilizadas pulseiras com chip. Elas podiam ser carregadas com valores em dinheiro, de preferência antes de começar o festival. Para comprar um lanche ou uma camiseta, por exemplo, a pessoa apenas passava a pulseira num sensor e o valor era descontado do saldo carregado.

    Em Las Vegas, o Rock in Rio repetiu uma ação que ja foi feita em Lisboa, que abrigou seis edições do festival desde os anos 1990. No primeiro fim de semana, ingressos foram oferecidos aos moradores de prédios próximos ao local, que são atingidos pelo som dos shows (e das obras para erguer as estruturas).

    Segundo a Folha apurou, a repercussão da ação, divulgada pelo jornal "Los Angeles Times", foi grande, com comentários de que a baixa procura por ingressos teria motivado o procedimento. Isso inibiu a repetição da ação no segundo fim de semana.

    Falando de música, o evento mostrou que Bruno Mars manda bem ao vivo, que Taylor Swift pode parar de imitar o padrão "diva" de show, com bailarinos e trocas de roupa, que a banda de quatro irmãos Echosmith e sua revisão pop do rock dos anos 1980 deve ser acompanhada com atenção e que o público teen respondeu muito bem a um palco secundário todo voltado a ele na sexta (15), com James Bay, Tove Lo, Charli XCX e Jessie J.

    E Ivete Sangalo afiou o inglês para seu show que abriu o palco principal nesse mesmo dia, mas cantou diante de brasileiros que sabiam suas músicas de cor.

    O jornalista THALES DE MENEZES viajou a convite do festival Rock in Rio.

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