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    Trabalhar com Isabelle Huppert coroou minha carreira, diz ator Gabriel Byrne

    RODRIGO SALEM
    ENVIADO ESPECIAL A CANNES (FRANÇA)

    18/05/2015 18h02

    O ator Gabriel Byrne já trabalhou com os irmãos Coen em "Ajuste Final" (1990), com Kevin Spacey em "Os Suspeitos" (1995) e Wim Wenders em "O Fim da Violência" (1997). Mas o irlandês de 65 anos que ficou conhecido pela série televisiva "In Treatment", da HBO, confessou que nada supera dividir um filme com a francesa Isabelle Huppert ("A Professora de Piano").

    "Trabalhar com Isabelle foi a coroação da minha carreira", disse o ator, nesta segunda-feira (18), em entrevista de divulgação do longa norueguês "Louder Than Bombs", de Joachim Trier, um dos selecionados para disputar a Palma de Ouro em Cannes. "Se alguém tivesse me perguntado no passado quem seria minha atriz preferida, citaria ela."

    Construída em diversas linhas temporais diferentes, a "dramédia" mostra a intimidade de uma família antes e depois da morte da mãe (Huppert), uma fotógrafa de guerra que teria se matado em uma colisão com um caminhão. Byrne faz o pai, um professor que tem um caso com uma colega (Amy Ryan) depois que ficou viúvo, enquanto Jesse Eisenberg e Devin Druid interpretam os filhos -ambos atingidos de forma diferentes.

    "Eu estava interessado em histórias humanas, então passei um ano com Eskil Vogt, o co-roteirista, jogando ideias sobre personagens. Somente depois de encontrá-los que estruturamos a trama", explicou o cineasta nascido em Copenhague, mas naturalizado norueguês. "O filme é o exame de uma família e como cada um deles lida com o luto. O que é ser pai, mãe e filhos hoje em dia? Como nossa vida íntima lida com o dilema do ambiente de casa e do trabalho", filosofou Byrne.

    Com toneladas de honestidade e pitadas de humor negro, Trier cria uma família que retrata com fidelidade todas as consequências da ausência, obsessão profissional e a comunicação entre parentes. De certa maneira, seria uma versão adocicada do sinistro "Precisamos Falar Sobre Kevin" por causa de suas tiradas certeiras sobre juventude e o novo papel do pai -amigo ou vigilante? A questão agradou a plateia de Cannes, que aplaudiu "Louder Than Bombs", principalmente o jovem Devin Druid. "Foi como trabalhar com alguém que fez 50 filmes. Não parece que é seu primeiro", derreteu-se Gabriel Byrne.

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