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ATENÇÃO, TEXTO CONTÉM SPOILERS

A última cena de "Mad Men", que se despediu da TV na segunda (18) no Brasil, é uma peça publicitária. Salta de um close no rosto do protagonista Don Draper (Jon Hamm), meditando em uma espécie de retiro espiritual na Califórnia, para uma célebre campanha da Coca-Cola nos EUA, de 1971 (veja o vídeo acima), em que atores dizem que querem dividir o refrigerante com o mundo.

Desde domingo (17), quando o capítulo foi exibido nos EUA, fãs discutiram nas redes todo o tipo de interpretação sobre o grande final da série.

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A peça, na ficção, teria sido criada por Don Draper que, de volta à agência (agora na gigante McCann Erickson), teria assumido a conta da Coca-Cola. Nessa lógica, o diretor de criação se inspirou nos seus instantes de reflexão no topo de uma colina e teria reproduzido o cenário de sua meditação no anúncio. Inclusive, escalado uma atriz, a garota de tranças, parecida com uma funcionária do retiro.

	Justina Mintz/Divulgação
	O personagem Don Draper medita em cena da última temporada da série

O próprio Jon Hamm, ator que viveu Draper ao longo de sete temporadas, entrou no jogo de interpretações. Em entrevista ao jornal "The New York Times" ele diz que o final é ambíguo, mas que tem sua própria análise para o que aconteceu com ele.

E que o corte da meditação para a Coca-Cola era uma imagem que Matthew Weiner, criador da série, tinha em mente há algum tempo, ainda que não soubesse exatamente como fazer o personagem chegar até o local da meditação.

"Conversei sobre esse final por muito tempo e essa era a imagem que Matt queria. Eu fiquei arrebatado pela poesia dela. Não sabia quais eram seus planos de levar Don para esse local contemplativo. Eu só sabia que ele tinha essa imagem final em mente."

Na sequência, Hamm compartilha sua análise sobre o que teria acontecido com Draper. De acordo com a leitura do ator, ele vive um "momento sereno de compreensão" e descobre quem realmente é: um publicitário.

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Tudo isso após encarar o próprio abismo – assume seu fracasso em uma ligação para Peggy, percebe que nunca esteve presente em casa após um telefonema para Betty e descobre a doença terminal de sua ex-mulher falando ao telefone com a filha, Sally.

Jon Hamm, no entanto, não deu uma resposta definitiva sobre a autoria de Don Draper na campanha da Coca-Cola. E destaca o final aberto da produção.

"O mundo não acaba quando aquele comercial da Coca termina. Ninguém sugere que Stan e Peggy viveram felizes para sempre, ou que o negócio de Joan é um sucesso absoluto, ou que Roger e Marie voltam juntos de Paris. Isso não acontece", comenta o ator. "Matt disse em certo momento: 'Quero que meus personagens sejam um pouco mais felizes do que eram no começo'. E acho que isso é bem verdadeiro."