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    Em Cannes, coprodução brasileira choca com pornografia em 3D

    RODRIGO SALEM
    ENVIADO ESPECIAL A CANNES (FRANÇA)

    22/05/2015 02h40

    Antes de "Love" começar, uma mensagem de "Aviso" toma conta da tela do cinema. Logo em seguida, entendemos que é para pedir para o espectador colocar os óculos para a projeção em 3D.

    Mas poderia ser bem mais que isso: o filme do polêmico franco-argentino Gaspar Noé ("Irreversível") é uma intensa e quebradiça sequências de relações sexuais explícitas que certamente dará trabalho no circuito de vários países, arte ou comercial.

    O longa, coproduzido pela paulista RT Features, começa já com o casal Murphy (Karl Glusman) e Electra (Aomi Muyock) masturbando um ao outro até o clímax, tudo mostrado sem pudor.

    Ao fazer isso, Noé, pelo menos, deixa bem claro a direção de seu mais novo longa –caso os pôsteres altamente sexualizados já não tivessem deixado claro.

    Efe
    CAN009 CANNES (FRANCIA) 21/05/2015.- Fotograma sin fechar de la película "Love" facilitado por la organización del Festival de Cine de Cannes (Francia) hoy, jueves 21 de mayo de 2015. La cinta, dirigida por el francoargentino Gaspar Noe, se presenta dentro de la sección "Sesiones de Medianoche" de la 98ª edición del Festival de Cine de Cannes. EFE/Cannes Film Festival / Handout SÓLO USO EDITORIAL/PROHIBIDA SU VENTA **ATENCIÓN EDITORES AL CONTENIDO EXPLÍCITO DE LA IMAGEN** ORG XMIT: CAN009
    Cena de "Love", filme dirigido pelo francoargentino Gaspar Noe, que se apresentou no Fetsival de Cannes 2015

    Construindo um romance obsessivo centrado no sexo com uma linha temporal não linear, o cineasta deixa pistas da simplicidade do roteiro: Murphy, um estudante americano de cinema em Paris, apaixona-se por Electra, uma aluna de arte, mas estraga tudo ao engravidar a vizinha, Omi (Klara Kristin).

    "Love" tenta defender sua ambição pornográfica usando o protagonista masculino como uma versão turbinada do próprio Noé (tanto que seu filho na ficção é chamado de Gaspar). "A vida para mim é sexo, suor e sangue", explica o personagem. E sexo não falta: são mais de duas horas de ejaculações em 3D, penetrações explícitas (usando recursos comuns na obra do cineasta), sexo oral e orgias.

    Dessa duração, talvez 30 minutos sejam de trama "normal", mas o brasileiro Rodrigo Teixeira, um dos produtores do longa, garante que "Love" passará "na íntegra" em qualquer país ("em salas e horários específicos") e que está "feliz com o resultado final".

    "A censura será 18 anos, claro. Não diria que é um filme pornô, mas pornográfico", conta ele. "Mas posso dizer que meu filme pornográfico está em Cannes e não no YouPorn.com. Investi em um artista."

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