• Ilustrada

    Tuesday, 07-May-2024 16:26:17 -03

    Morre fotógrafa norte-americana Mary Ellen Mark, aos 75 anos

    DE SÃO PAULO

    26/05/2015 16h36

    Conhecida por projetos documentais e retratos, a fotógrafa norte-americana Mary Ellen Mark morreu nesta segunda (25), aos 75 anos, em Nova York. A causa da morte não foi divulgada.

    Nascida em Elkins Park, próximo à cidade de Filadélfia, ela trabalhou como freelancer para a lendária agência Magnum e produziu ensaios para revistas como "Life", "The New York Times Magazine", "The New Yorker", "Rolling Stone" e "Vanity Fair".

    Em 1976, a fotógrafa passou 36 dias em um hospital psiquiátrico do Estado de Oregon, nos EUA, para documentar a ala feminina da instituição. O trabalho gerou o fotolivro "Ward 81", lançado no mesmo ano. Em entrevista à "Time", em 1978, Mark afirmou que "queria fazer um ensaio sobre as personalidades das pessoas que são trancadas longe da sociedade e mostrar um pouco quem realmente são". "Eu não queria exibi-las como malucas exóticas."

    Entre os prêmios que recebeu ao longo de sua carreira estão o Cornell Capa, em 2001, e o Lifetime Achievement in Photography, entregue no ano passado. Em 1988, pelo conjunto de sua obra, a americana recebeu o World Press Photo, maior prêmio dedicado ao fotojornalismo. Ela voltaria a vencer o concurso em 2004 com a série de retratos "Twins", na qual fotografa gêmeos com uma câmera de grande formato. Em texto publicado no site da fotógrafa, Mark diz que o equipamento possibilitou mostrar, em detalhes, não só como gêmeos são parecidos, mas também as sutilezas que os diferenciam.

    Mark ainda participou da produção de diversos longa-metragens, nos quais registrou os bastidores das filmagens. Além de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (2005) e "Peixe Grande" (2003), a fotógrafa trabalhou em "Babel" (2006), do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, vencedor do Oscar neste ano por "Birdman". Ao lado de Patrick Bard, Graciela Iturbide e Miguel Rio Branco, Mark foi responsável por acompanhar o processo do longa encenado em Japão, México e Marrocos. O resultado coletivo foi publicado pela editora Taschen.

    Ela também ficou conhecida pela série "Streetwise", sobre adolescentes que sobrevivem como prostitutas, mendigos e traficantes de drogas nas ruas de Seattle. Concebida a partir da reportagem "Streets of the Lost" (ruas da perdição), que realizou para a revista "Life", a obra originou um documentário dirigido por Martin Bell, cineasta e marido da fotógrafa.

    Mary Ellen Mark morreu antes de concluir seu 19º livro, editado pela fundação americana Aperture, que seria baseado na prostituta Tiny, fotografada durante "Streets of the Lost".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024