• Ilustrada

    Friday, 03-May-2024 13:04:19 -03

    Theatro Municipal de SP recebe ópera clássica de Tchaikóvski

    GISLAINE GUTIERRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    30/05/2015 02h30

    Há 20 anos São Paulo não recebe uma montagem de "Eugene Onegin", de Tchaikóvski. A longa ausência terá fim neste sábado (30), quando começa a temporada de sete récitas da ópera no Theatro Municipal. A direção é do italiano Marco Gandini, que já havia feito "Tosca" (2014) e "Aida" (2013) na casa.

    Encenada pela primeira vez em 1879, na Rússia, a ópera criada a partir do romance homônimo, escrito em versos, de Aleksandr Púchkin (1799-1837), guarda uma curiosa coincidência com a vida de Tchaikóvski (1840-1893).

    Na trama, o nobre Eugene Onegin vai morar em uma área rural da Rússia. No convívio com a aristocracia local, conhece Tatyana, que declara seu amor em uma carta. Mas Onegin a rejeita.

    Depois, numa festa, Onegin dança com Olga, noiva de seu amigo Lensky, e a provocação termina em tragédia. Anos mais tarde, Onegin reencontra Tatyana casada e lhe pede uma chance.

    Enquanto compunha "Eugene Onegin", Tchaikóvski também recebeu uma carta de amor de uma ex-aluna, Antonina. O músico resolveu fazer diferente do personagem e, mesmo não amando a moça, aceitou o casamento.

    O resultado foi desastroso. Homossexual, o compositor não suportou a moça, e a união deles não durou mais que seis semanas.

    Para o maestro francês Jacques Delacôte, que irá reger a Sinfônica Municipal nesta temporada, a música em "Eugene Onegin" é "tão sofisticada quanto os balés" de Tchaikóvski.

    BALÉ E CANCÃ

    "Essa ópera tem momentos magníficos, como o sonho da personagem Tatyana, quando ela começa a escrever a carta", diz Delacôte. "Há também balé, mazurca [dança polenesa] e cancã francês. Há de tudo."

    No elenco principal, o ucraniano Andrei Bondarenko será Onegin, a russa Svetlana Aksenova, Tatyana, e o brasileiro Fernando Portari, o poeta Lensky.

    Para levar ao palco essa história desenvolvida em três atos, Marco Gandini criou um cenário composto de painéis de grandes dimensões e sem emendas.

    "Os cenários representam não apenas locais específicos, mas também são usados para expressar melhor nuances especiais contidas na música, como melancolia, sensação de solidão e percepção de perda", diz o diretor.

    A iluminação é de Caetano Vilela, que dirigiu recentemente a dobradinha "Um Homem Só" e "Ainadamar" no Municipal. Já os figurinos são do estilista Lorenzo Merlino e "representam a época de uma forma estilizada", como explica o diretor.

    EUGENE ONEGIN
    QUANDO sáb. (30/5 e 6/6), ter. (2 e 9/6) e qui. (4/6), às 20h; dom. (31/5 e7/6), às 18h
    ONDE Theatro Municipal de São Paulo, praça Ramos de Azevedo, s/ nº; tel. (11) 3053-2000
    QUANTO de R$ 50 a R$ 120 (ingressos esgotados para os dias 30 e 31/5; há poucos lugares para as demais récitas)
    CLASSIFICAÇÃO 10 anos

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024