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    Após viver Jesus nos EUA, Santoro diz ter saudade de trabalhar no Brasil

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    10/06/2015 12h10

    Entre diversos lançamentos de filmes norte-americanos, Rodrigo Santoro, 39, diz que sente saudades de trabalhar em português e planeja voltar a gravar séries e novelas no Brasil.

    Em menos de um ano, o ator poderá ser visto em quatro filmes nos Estados Unidos: "Jane Got a Gun" (setembro), "Os 33" (novembro), "Domínio" (2015, sem data) e "Ben-Hur" (fevereiro de 2016). Neste último, Santoro interpreta Jesus, nas palavras dele um papel "icônico e emblemático" para sua carreira.

    Durante um intervalo de uma gravação de um comercial no Brasil, o ator deu uma entrevista exclusiva à Folha na qual falou sobre o momento atual de sua carreira.

    *

    Folha - Como foi a gravação de "Ben-Hur"?
    Rodrigo Santoro - Foi inesquecível. Uma experiência muito forte pelo personagem. Porque foi muito diferente dos outros. Jesus Cristo é um personagem muito icônico, emblemático. Não consegui olhar como mais um papel, apesar de ter me esforçado ao máximo para encarar tudo com um pouco de naturalidade. Existe uma expectativa muito grande em cima.

    O que essa versão de "Ben-Hur" vai trazer de diferente?
    Toda a forma como o diretor enxerga o filme é diferente. A própria leitura de Jesus é diferente. Uma das observações do diretor [Timur Bekmambetov] desde o princípio foi a tentativa de humanizar o máximo possível esse personagem.

    E como é "Domínio", filme em que você contracena com John Malkovich?
    É a história do poeta Dylan Thomas (1914-1953), da época dos beatniks. Ele sai do País de Gales e vai para Nova York. A história se passa naquela época com os beatniks ali, o [Allen] Ginsberg, o [Jack] Kerouac. Eu faço um personagem que é uma espécie de antagonista do Dylan. É um poeta também. O John Malkovich na verdade é um médico que cuidou do Dylan Thomas. O filme conta a história do último dia de vida dele.

    Você tem como objetivo ser protagonista de algum filme hollywoodiano?
    Eu não procuro o protagonista, eu procuro bons papéis. Procuro personagens interessantes, experiências que vão me acrescentar de alguma forma.

    Mas você tem aquela ambição do cinema americano, o reconhecimento com um Oscar, ser um astro reconhecido por lá?
    Não, imagina. Se você for pensar nessas coisas, você está com um foco num lugar muito delicado. Porque você trabalha para o resultado, e eu nunca fui assim. Trabalho pela experiência. Mais importante do que o resultado em si é o caminho. Então o que eu realmente procuro é que essas experiências sejam memoráveis para mim, que me ensinem, porque tem sempre um próximo trabalho. Se eu não conseguir absorver alguma coisa de novo e de certa forma me transformar, eu vou ser a mesma pessoa pro próximo trabalho, e a ideia não é essa.

    Você é procurado para trabalhos no Brasil, como novelas e minisséries?
    Meu próximo trabalho é uma série para a HBO ["West World"], que vamos começar a filmar mês que vem [julho]. Então eu vou conseguir me organizar melhor para trabalhar no Brasil, porque a partir do momento que eu começo a filmar eu sei onde eu termino e tenho um belo espaço até filmar de novo. Estou procurando coisas para fazer aqui, estou com muita saudade de fazer coisas aqui.

    Com essa agenda corrida você consegue um tempo para vir ao país ou se mudou para os Estados Unidos?
    O que eu considero é que minha casa está no Rio de Janeiro. É onde eu moro. Nos Estados Unidos eu vou para trabalhar, mas quando não estou trabalhando eu volto e agora estou querendo me organizar para trabalhar mais aqui.

    Essa decisão também tem a ver com a sua namorada [Mel Fronckowiak, apresentadora do "A Liga" (Band)], que mora no Rio com você?
    Não, ela tem ido comigo... Não, hoje em dia [a distância] se resolve com internet, a gente se fala, se vê. Mas a gente tem conseguido conciliar isso, não tem sido um grande problema, não. É mais por uma questão de estar perto das pessoas. É muito diferente interpretar na sua língua e em inglês, em espanhol. A liberdade que eu tenho para trabalhar [no Brasil] é totalmente diferente. Quero trabalhar em português, com os amigos que eu tenho aqui.

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