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    Noemi Jaffe lança romance sobre a revolução húngara

    ANGELA BOLDRINI
    DE SÃO PAULO

    06/06/2015 02h15

    Írisz é uma jovem botânica húngara, especialista em papoulas, que chega a São Paulo fugida da malsucedida revolução de seu país contra os soviéticos, em 1956.

    Martim é um comunista desiludido e também o diretor do Jardim Botânico de São Paulo, onde Írisz vai estudar orquídeas.

    As vozes dos dois se alternam a cada capítulo de "Írisz: As Orquídeas", novo livro da escritora e colaboradora da Folha Noemi Jaffe, 53.

    Alessandro Shinoda/Folhapress
    A escritora e crítica literária Noemi Jaffe, em foto de 2012
    A escritora e crítica literária Noemi Jaffe, em foto de 2012

    A ideia para seu primeiro romance, explica ela, veio de outro livro seu, "A Verdadeira História do Alfabeto" (ed. Companhia das Letras, R$ 37, 128 págs.), em que inventa origens ficcionais para as letras do alfabeto.

    Em uma das histórias, há um criado que trabalha em um castelo em Viena no século 19. Ele conhece uma húngara chamada Írisz. Olhando para os olhos dela, cria a palavra "íris" e a letra "i".

    A partir da anedota, Noemi, que se diz fascinada pela língua húngara e pelo país do leste europeu, criou a personagem-título, cuja principal característica é a de "estar sempre em fuga".

    RELATÓRIOS

    A fuga para o Brasil -"tentei escrever um livro ambientado em Budapeste, mas vi que não ia conseguir, então precisei trazê-la para cá", diz Jaffe- é contada por meio dos relatórios que Írisz escreve a Martim sobre as orquídeas brasileiras.

    Irisz: As Orquídeas
    Noemi Jaffe
    livro
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    Eles são interrompidos por digressões a respeito da mãe, da revolução e de Imre, o namorado guerrilheiro que desapareceu após a chegada dos tanques soviéticos.

    Mas o livro começa após outra fuga da protagonista, dessa vez do Jardim Botânico e de São Paulo. É a deixa para que Martim passe a escrever cartas à amiga desaparecida, até que se dá conta que está apaixonado.

    "Eles são melhores amigos, mas o Martim não tem coragem de atravessar essa fronteira, então ele deixa a Írisz com o sonho do Imre e com a Hungria, mas quando ela some ele percebe o quanto sente sua falta", diz a autora.

    O romance a duas vozes levou dois anos para ficar pronto. Foram necessárias pesquisas sobre botânica, a revolução húngara e o comunismo no Brasil, além de consultorias de língua húngara.

    ÍRISZ: AS ORQUÍDEAS
    AUTORA Noemi Jaffe
    EDITORA Companhia das Letras
    LANÇAMENTO terça-feira (9), às 19h, na Livraria da Vila, r. Fradique Coutinho, 915, tel. (11) 3814-5811
    QUANTO R$ 39,90 (224 págs.)

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