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    Festival Varilux exibe em 50 cidades produção recente da França

    ÚRSULA PASSOS
    DE SÃO PAULO

    10/06/2015 02h40

    "Não é só filme autoral, são filmes de todos os tipos", diz o diretor do Festival Varilux, Christian Boudier, sobre a programação do evento que começa nesta quarta (10), e segue até o dia 17, com a proposta de trazer ao Brasil a diversidade do cinema francês, tão ligado à produções de autor.

    O festival, que no ano passado esteve em 40 cidades e teve público de 97 mil espectadores, exibe neste ano 16 longas em 50 cidades do país.

    São produções francesas lançadas neste ano e também em 2014, mais o clássico "O Homem do Rio" (1964), com Jean-Paul Belmondo, em comemoração aos 450 anos da capital fluminense.

    Divulgação
    Tahar Rahim (à esq.) e Omar Sy em cena do filme "Samba".
    Tahar Rahim (à esq.) e Omar Sy em cena do filme "Samba".

    "O filme tem uma visão muito caricatural do Brasil, mas foi o que forjou o imaginário francês sobre o país durante muitas décadas", diz Boudier ao justificar a escolha.

    Para o cineasta Olivier Nakache, responsável ao lado de Eric Toledano pela terceira maior bilheteria da história do cinema francês –"Intocáveis" (2011)–, os temas sociais estão penetrando todos os gêneros do cinema, algo normal "numa época de crise".

    "Quando eu vejo 'Relatos Selvagens' tenho a impressão de que tudo pode explodir. Na França é parecido", diz. "Chegamos ao final de um ciclo, ou ao começo de um outro, no qual a crise impactou todos que escrevem filmes." Nakache e Toledano trazem ao festival o longa "Samba".

    O filme é uma nova parceria da dupla com o ator Omar Sy, que encarna um imigrante ilegal junto de Tahar Rahim ("O Profeta"). Charlotte Gainsbourg, de "Ninfomaníaca", vive uma executiva que sofre esgotamento profissional.

    Além da comédia "Que Mal Eu Fiz a Deus?", maior bilheteria francesa de 2014, de Philippe de Chauveron, o evento traz ainda o filme que abriu o Festival de Cannes deste ano, "De Cabeça Erguida", de Emmanuelle Bercot.

    INFRATOR

    A diretora também encerrou a mostra, ao ganhar o prêmio de melhor atriz, dividido com a americana Rooney Mara, pelo filme "Mon Roi" (meu rei), de Maïwenn.

    "De Cabeça Erguida" narra a trajetória de um jovem infrator ao longo de dez anos, acompanhados pela juíza vivida por Catherine Deneuve.

    Em entrevista à Folha, a diretora conta que o ponto de partida para o filme foi um dia, quando tinha oito anos, no qual visitou o trabalho de seu tio, um educador de menores infratores. "A lembrança me levou a esse trabalho."

    Ela diz não ver características comuns aos filmes franceses recentes. "Todas as minhas histórias são universais", diz.

    FILMES COM DEBATE
    DESTAQUES DE HOJE

    'De Cabeça Erguida', de Emmanuelle Bercot

    Debate com a diretora às 18h35, no Caixa Belas Artes, e às 21h, no Cine Livraria Cultura

    'Samba', de Eric Toledano e Olivier Nakache

    Debate com os diretores e com o ator Tahar Rahim às 14h, no Espaço Itaú Augusta

    'Que Mal Eu Fiz a Deus?', de Philippe de Chauveron

    Debate com o diretor e com o ator Noom Diawara às 14h15, no Cine Livraria Cultura

    Veja a programação completa, horários e locais do festival em variluxcinefrances.com

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