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    Gaúchos Kleiton e Kledir fazem show na Palestina e evitam política; assista

    DANIELA KRESCH
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TEL AVIV

    12/06/2015 16h52

    Os músicos gaúchos Kleiton e Kledir fizeram nesta quinta-feira (11) um show em Ramallah, na Palestina, para um público basicamente formado por imigrantes brasileiros de ascendência palestina oriundos do Sul do país.

    Apesar de contar com algo em torno de 5.000 brasileiros, a Cisjordânia raramente recebe artistas do Brasil.

    Daniela Kresch/Folhapress
    Kleiton e Kledir se apresentam na Palestina, em junho de 2015
    Kleiton e Kledir se apresentam na Palestina, em junho de 2015

    A apresentação foi num hotel de luxo de Ramallah, a capital política e cultural palestina. "Esse show é uma maneira de dizer: 'Amamos a Palestina, amamos o Brasil!'", disse em discurso o embaixador Paulo Roberto França, do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, que fez o convite à dupla.

    Kleiton e Kledir, no entanto, disseram que o objetivo da visita de cinco dias à Palestina é apenas cultural, sem viés político. O objetivo seria "abrir as portas um intercâmbio cultural mais intenso entre Brasil e Palestina".

    "Somos dois gaúchos cristãos que querem a paz e vieram cantar para amigos. Não é um ato político. Sabemos que a situação é muito complexa, mas não levantamos nenhuma bandeira, não defendemos boicote a nada", disse Kledir à Folha, se referindo ao chamado Movimento BDS (boicote, desinvestimento
    e sanções), que pressiona artistas a não se apresentarem em Israel.

    Gilberto Gil e Caetano Veloso tocarão em Israel em julho, causando reações de ativistas que defendem boicote cultural a Israel -o ex-Pink Floyd Roger Waters escreveu a Gil e Caetano pedindo que desistissem do show.

    Chegou a ser marcado um workshop de Kleiton e Kledir também em Tel Aviv, Israel, no domingo (14), mas o evento foi desmarcado. Fontes ouvidas pela Folha negaram que houve motivação política.

    O Escritório de Representação do Brasil em Ramallah (espécie de embaixada na Palestina) tem um orçamento para eventos culturais separado da embaixada do Brasil em Tel Aviv, à qual é subordinado, mas informou que o patrocínio da viagem foi de empresas palestinas locais.

    O show foi o auge da série de compromissos, que incluiu também oficinas de música. "Descobrimos que a música é mesmo uma língua universal. Foi muito lindo esse momento", contou Kledir.

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