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    Contra arrastões, prefeitura encolhe Virada Cultural no centro de SP

    GABRIELA SÁ PESSOA
    DE SÃO PAULO

    19/06/2015 02h10

    As 24 horas de programação da 11ª Virada Cultural começam no sábado (20) em menos locais –48 em 2015 ante 62 em 2014– e palcos mais concentrados no centro.

    Na periferia, a programação será ampliada. Apesar de ocupar só quatro CEUs –no ano passado foram 31, mas 29 tiveram só uma atração na Virada– o evento agora chega a outros 13 locais das zonas norte, sul, leste e oeste.

    De acordo com o secretário de Cultura, Nabil Bonduki, a intenção foi adensar o público, com shows concentrados no eixo Sé/av. Ipiranga, e povoar os espaços vazios entre os palcos –que, conforme avaliação dos organizadores, foram o foco de arrastões na edição passada.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Comparando a área onde houve atrações no centro em 2015 e em 2014, a Folha calculou que neste ano a Virada ocupará um espaço cerca de 36% menor do que no ano anterior. A maior diferença está na exclusão da região da 25 de Março e do Mercado Municipal da programação.

    "Houve a preocupação em compactar o evento e criar mais atividades, como tablados e intervenções, entre os palcos. Em regiões sem gente, é mais fácil surgir arrastão", afirma Bonduki.

    Outra medida para evitar tumultos no centro foi escalar uma programação "mais light", segundo o secretário, com shows como o do cantor Fábio Jr. no palco Júlio Prestes, durante a madrugada.

    Nos quatro palcos de funk que serão montados na periferia –em Brasilândia, Cidade Tiradentes, Capela do Socorro e Vila Prudente–, organizados pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, a festa não vira e termina às 22h no sábado e no domingo. Haverá controle de entrada nos palcos e de venda de bebidas alcoólicas.

    O plano de segurança não havia sido divulgado até a manhã de quinta (18), mas já estava pronto, segundo disse à Folha o coronel Reinaldo Zychan, chefe do Comando de Policiamento da Capital. Ainda faltavam ajustes no número do efetivo policial na Virada, mas, o oficial diz que deve ser maior do que em 2014.

    "Da parte da PM, está tudo certo. Apesar de, até a tarde da sexta-feira passada, não termos recebido nada [de planejamento da Virada] da prefeitura", diz Zychan. "É claro que isso traz um embaraço."

    Nabil Bonduki diz que a definição da programação e a notificação à PM, a uma semana do evento, "atrasou um pouco, mas nada que inviabilizasse o plano de segurança".

    "Fazer caber tudo no orçamento exigiu mais tempo do que o normal, do que se tivéssemos com o orçamento folgado", afirma. "[O atraso] foi em benefício do menor custo e da maior diversidade."

    Orçada em R$ 14 milhões, a Virada Cultural deste ano tem custo semelhante à de 2014, quando foram gastos R$ 14,4 milhões (valor corrigido pela inflação). Segundo o secretário, a verba é cerca de 3% do orçamento liberado para a Cultura em 2015.

    A poucos dias do evento, a apresentação de Margareth Menezes foi cancelada por problemas contratuais. Daniela Mercury a substitui, às 21h do sábado, na Júlio Prestes.

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