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    Peça com ingressos esgotados em cemitério frustra público da Virada

    DANIELE BELMIRO
    LUCAS CINTRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    20/06/2015 20h22

    O público lotou a capela do Cemitério da Consolação na noite deste sábado (20) para assistir ao espetáculo "Para Gelar a Alma", do grupo Na Companhia de Mulheres. O local não acomodou todos os que vieram para ver a obra, e o sentimento era de frustração na porta do cemitério, onde se acumulavam centenas de pessoas.

    A companhia anunciou nesta semana em sua página de Facebook que os ingressos estão esgotados para todos os dias da temporada, que vai até 5 de julho. A maioria dos que vieram e ficaram de fora não sabiam que era necessário fazer reserva por e-mail e reclamava que essa informação não estava no site nem no aplicativo da Virada.

    Abgail Tatit, uma das protagonistas da peça, disse que a companhia recebeu mais de mil e-mails solicitando reserva. "Acho que por ser num cemitério, as pessoas ficam curiosas", afirma. A atriz diz que o grupo está avaliando a possibilidade de prorrogar a temporada por mais um mês.

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    "É inacreditável uma peça com os ingressos esgotados estar na Virada, porque as pessoas vêm até aqui e ficam de fora", reclamou a publicitária Jussara Rocha, 52.

    A obra inicialmente não fazia parte da programação da Virada e entrou no evento "por adesão", segundo Fatima D'Agostino, do serviço funerário. O espetáculo entrou em cartaz no dia 13 de junho e é resultado de uma parceria entre a companhia teatral e o programa "Memória & Vida" do serviço funerário do município, voltado para promover os cemitérios como espaços de cultura e memória.

    Inspirada em contos de Edgar Allan Poe e em elementos da cultura popular brasileira, a peça mistura mistério e terror. Três benzedeiras, que foram amaldiçoadas a nunca serem felizes no amor e escaparam da morte, convidam o público a ouvir suas histórias, tomar cafezinho e aprender seus rituais e simpatias.

    A agente de viagens Simonetta Occhiomero, 48, disse que o que chama a sua atenção dela na peça é a associação do imaginário de Allan Poe a um cemitério: "É um casamento perfeito".

    A estudante Janaína Quitério, 35, que veio de Campinas (SP) e aguardava na fila desde as 17h30, comemorou quando, cinco minutos antes de começar o espetáculo, avisaram que havia uma desistência na "fila da esperança", como se referem os atores à extensa lista de espera, e ela poderia entrar.

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