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    Hermeto Pascoal é aplaudido de pé, apesar de problemas técnicos

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    NAÍLA BARBOSA DA COSTA
    DE SÃO PAULO

    21/06/2015 01h55

    "Quem é o viado que tá fazendo o som? Se for um amador dou um abraço. Se for um cara que tá ganhando dinheiro pra fazer isso tem que assaltá-lo", disse Hermeto Pascoal após sucessivos problemas técnicos interromperem seu show na madrugada deste domingo (21).

    O concerto instrumental foi retomado minutos depois. Mas nem uma forte microfonia, pouco antes da pane, quebrou a onda de Hermeto –que espalmou os braços e continuou a dedilhar "Wave", de Tom Jobim, no piano de cauda do Theatro Municipal.

    "Tá errado, mas tá lindo ", disse o baixista Arismar ao poli-instrumentista a quem Miles Davis chamou de "o maior músico do mundo".

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Hermeto Pascoal é aplaudido de pé no Theatro Municipal, apesar de problemas técnicos
    Hermeto Pascoal é aplaudido de pé no Theatro Municipal, apesar de problemas técnicos durante show

    Mestre do improviso, o alagoano Hermeto (pronuncia-se Hérmeto), que completa 79 anos nesta segunda (22), subiu ao palco acompanhado de Arismar e do baterista Nenê –eles tocam juntos há 22 anos.

    A plateia, que minutos antes da apresentação fez três "ôlas" no teatro, aplaudia com devoção qualquer movimento da estrela da noite.

    "Papai Noel!", gritou um espectador mais entusiasmado ao avistar o senhor de farta barba branca e cabelos longos presos num rabo de cavalo.

    Com chapéu de palha, blusa florida e calça branca, Hermeto é cult. Atraiu um público que grita "lindo" e parece interessado tanto em sua performance musical quanto em seus trejeitos no palco –a forma como diz que o amigo "vai tocar pra cacete", como reclama da "merda de som" ou quando interage pedindo que vibrem com ele.

    Hermeto se alternou no piano e na escaleta (mistura de instrumento de sopro com miniteclado). Com os companheiros, tocou músicas como "Asa Branca" (Luiz Gonzaga) e "Trem das Onze" (Adoniran Barbosa).

    O curador José Mauro Gnaspini entregou, ao anunciar a programação da Virada Cultural, que o trio era uma das atrações mais queridas pelos realizadores deste ano.

    A impressão da plateia não ficou atrás. O grupo, que recebeu R$ 30 mil (20% do cachê de Caetano Veloso) pelo show, foi aplaudido de pé.

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