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    Longas brasileiro, chileno e espanhol são os destaques do Cine Ceará

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA

    23/06/2015 02h15

    O Cine Ceará, que completa 25 anos com mostra competitiva de filmes ibero-americanos e uma retrospectiva do cinema da Espanha, tem como sede o reformado e espetacular Cineteatro São Luiz, sala confortável toda em madeira.

    Da última quinta (18) até a próxima quarta (24), o prédio histórico de Fortaleza, erguido em 1939, exibe os filmes do festival.

    Nos primeiros dias, pelo menos três longas agradaram muito, com aplausos entusiasmados. Um deles é "Real Beleza", do diretor gaúcho Jorge Furtado, do premiadíssimo curta "Ilha das Flores" (1989) e de longas populares como "O Homem que Copiava" (2003) e "Saneamento Básico" (2007).

    João (Vladimir Brichta) é um fotógrafo que, numa pequena cidade gaúcha, seleciona Maria (a revelação Vitória Strada) como novo rosto de uma campanha publicitária. Mas é avisado de que seus pais não vão autorizar que a adolescente viaje com ele.

    Então João vai até a casa da família, uma propriedade isolada a 30 km da cidade, mas encontra apenas a mãe, Anita (Adriana Esteves). Maria e o pai só retornarão em dois dias.

    Tempo suficiente para que João e Anita se envolvam. Os conflitos ganham corpo com o retorno do pai, Pedro, forte interpretação de Francisco Cuoco como um homem quase cego. Numa trama que parecia destinada a um enredo ingênuo, Furtado insere boas surpresas no relacionamento dos pais de Maria.

    Outra história delicada é a do filme espanhol "Loreak", dos diretores bascos Jon Garaño e Jose Mari Goenaga. Beñat é casado com Tere, mas manda flores anônimas a uma colega de trabalho, Ane, numa relação platônica.

    Beñat morre num acidente de carro. Dias depois, Ane descobre que seu admirador secreto era o colega. O roteiro engenhoso consegue aproximar Tere e Ane, montando um triângulo amoroso singular, depois que um dos envolvidos já morreu.

    VON TRIER CHILENO

    "O Clube", de Pablo Larraín (de "No", com Gael García Bernal), é Lars von Trier em versão chilena. A história de padres obrigados a morar numa casa em uma cidadezinha litorânea, por terem abusado sexualmente de meninos, lembra o cinema descrente com a humanidade de Von Trier.

    Quando um padre-investigador chega para apurar o suicídio de um dos religiosos, as histórias mais sórdidas são contadas. Um filme perturbador.

    O Cine Ceará termina na próxima quarta (24), com o anúncio dos premiados.

    O jornalista THALES DE MENEZES viajou a convite do Cine Ceará.

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