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    CRÍTICA

    Sem medo de cair no abismo, Belmonte consegue se equilibrar

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    25/06/2015 02h25

    Quem observar os créditos finais de "O Gorila", de José Eduardo Belmonte, perceberá a data do copyright: 2012.

    No entanto, o filme chega ao circuito comercial somente agora, três anos depois.

    A que se deve a demora? Normalmente a burocracia é a grande culpada, mas neste caso podemos concluir que é o terrível gargalo da exibição.

    Divulgação
    Otavio Muller e Alessandra Negrini em cena de "O Gorila".
    Otavio Muller e Alessandra Negrini em cena de "O Gorila".

    Nem mesmo as premiações no Festival do Rio de 2012 –de ator para Otávio Müller e atriz coadjuvante para Alessandra Negrini– ajudaram a alavancar o filme nos cinemas. O jeito foi esperar por um espaço.

    Baseado em elogiado conto de Sérgio Sant'Anna, "O Gorila" é um filme tortuoso sobre Afrânio (Müller), ex-dublador de TV que passa os dias a telefonar para mulheres (e um homem), com voz sensual e ruídos guturais do primata.

    A habitual falta de foco de Belmonte, por vezes compensada com garra e uma salutar propensão ao risco, dá as caras aqui. O filme está sempre na corda bamba, prestes a degringolar.

    Salva-se com a confusão mental de Afrânio, após ser flagrado pelo namorado de Cíntia (Mariana Ximenes), uma de suas "vítimas". Essa confusão coloca o filme em outro patamar, e Belmonte, sem medo de cair no abismo, consegue se equilibrar.

    O GORILA
    QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (23)
    ELENCO: OTÁVIO MÜLLER, ALESSANDRA NEGRINI
    PRODUÇÃO: BRASIL, 2012, 14 ANOS
    DIREÇÃO: JOSÉ EDUARDO BELMONTE

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