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    'Marilyn' do pop, Debbie Harry sempre fascinou pela beleza; veja curiosidades

    ANDRÉ BARCINSKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    01/07/2015 12h10

    Pode acreditar: Debbie Harry, a cantora do grupo Blondie e uma das maiores musas do pop, está fazendo 70 anos.

    Nascida Angela Tremble em 1º de julho de 1945, em Miami, na Flórida (EUA), foi adotada aos três meses de idade por Richard e Catherine Harry. Os pais adotivos mudaram o nome de Angela e a levaram para morar em Nova Jersey, na costa leste dos Estados Unidos.

    Mais de 30 anos depois, Debbie/Angela encontrou o pai biológico e descobriu o paradeiro da mãe, mas não quis muito contato com eles. "Não sei para que serviria", disse. "Que relação eu teria com eles?"

    Desde adolescente, ela entendeu o fascínio que causava em homens —e mulheres, é claro. Depois que uma tia elogiou sua beleza, dizendo que ela parecia Marilyn Monroe, criou, em sua mente, uma fantasia, na qual era filha de Marilyn.

    Aos 12 ou 13 anos, Debbie costumava se maquiar, botar roupas sensuais e se fazer passar por uma mulher bem mais velha. Divertia-se com a reação dos homens quando ela confessava ser apenas uma menina.

    Foi testemunha do surgimento do rock'n'roll, em meados dos anos 1950. Era fã de Elvis e, depois, dos Beatles. Chegou a Nova York no início da década de 1960, quando Bob Dylan surgia nos pequenos clubes de folk de Greenwich Village. Amava o som dançante e festivo das "girl groups" como Ronettes e Supremes, que inspirariam a criação do Blondie, em 1974.

    Debbie Harry criou o Blondie com o então namorado, o guitarrista Chris Stein. Seu visual era tão marcante que o grupo foi batizado de "Blondie" ("Lourinha"), expressão que ela costumava ouvir nas ruas de Nova York, quando passava e parava o trânsito: "Ei, lourinha!".

    A banda foi um dos maiores nomes da cena musical que gravitava em torno do clube CBGB's e que incluía também Ramones, Talking Heads, Television e muitos outros. Na época, todas essas bandas foram rotuladas de "punk", mas a verdade é que a cena era muito eclética.

    Se os Ramones faziam uma música rápida e agressiva, o Blondie sempre foi mais doce e pop. Debbie e Chris rapidamente abraçaram a discoteca, gênero considerado inferior e excessivamente comercial pelos puristas do punk, e estouraram no mundo todo com a dançante "Heart of Glass". Também foram uma das primeiras bandas alternativas a gravar um rap ("Rapture").

    A beleza e sensualidade de Debbie Harry às vezes nos fazem esquecer sua genialidade musical e importância para a cultura pop dos últimos 40 anos. Ela é, verdadeiramente, um ícone. A Marilyn Monroe do pop.

    *

    Coelhinha da 'Playboy' e 'perseguida por tarados'; veja curiosidades

    • Debbie diz que sempre atraiu "tipos estranhos": "Sempre fui perseguida por tarados (...) em locais públicos. Uma vez estava com minha mãe no zoológico quando um homem chegou e abriu o casaco de repente. Nojento".
    • A cantora foi coelhinha da "Playboy", mas, diferentemente do que muitos acreditam, não posou para a famosa revista masculina, mas apenas foi garçonete no Playboy Club.
    • Debbie diz que quase foi uma das vítimas do "serial killer" Ted Bundy, que aterrorizou Nova York nos anos 1970. Segundo ela, Bundy lhe ofereceu uma carona e ela chegou a entrar no carro, mas teve uma "sensação ruim" e conseguiu sair de lá.
    • Debbie era apaixonada pelo cantor do grupo andrógino New York Dolls, David Johanssen.
    • A letra do sucesso "One Way or Another" foi inspirada por um namorado, que passou a perseguir Debbie depois que ela lhe deu um fora.

    ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)

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