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    crítica

    'Exterminador do Futuro' volta grisalho e mais esperto

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    02/07/2015 02h30

    Arnold Schwarzenegger andou falando em entrevistas que não gostou de seu novo filme, "O Exterminador do Futuro: Gênesis", que estreia nesta quinta (2) no Brasil. Jogou contra a promoção do próprio trabalho.

    Bem, ele pode ser várias vezes campeão mundial de fisiculturismo, uma das maiores estrelas de Hollywood no século 20 e ex-governador da Califórnia. Mas crítico de cinema não deve entrar em seu currículo. O filme é ótimo, esperto e divertido. Vale o ingresso.

    É natural que o público desconfie do quinto longa da franquia. Em 1984, o primeiro filme tinha Schwarzenegger em ponto de bala e a direção de James Cameron. Só faltou grana, algo que o cineasta contornou com maestria.

    No segundo, de 1991, com muito dinheiro e o personagem principal passando de bandido a mocinho, a franquia se transformou em culto mundial, com status de clássico da ficção científica.

    Outras duas sequências sem Cameron, de 2003 e 2009 –esta sem Schwarzenegger–, trataram de pôr tudo a perder. Dois filmes medíocres.

    Aí vem este "Gênesis", dirigido por Alan Taylor (do bom "Thor: O Mundo Sombrio"), que nos primeiros minutos de projeção parece ser apenas a nova versão do filme original.

    As máquinas que dominam a Terra no futuro enfrentam resistência de humanos comandados por John Connor. A ditadura metálica envia ao passado (anos 80) um robô para matar Sarah, mãe do líder rebelde, para impedir seu nascimento e eliminar sua presença no século 21.

    Mas, quanto o Exterminador chega peladão ao passado, nada mais acontece como no final original. O robô, que é a figura de Schwarzenegger rejuvenescida por computação gráfica, nem tem tempo de vestir uma roupa.

    O enviado do futuro é destruído por... Schwarzenegger, que aparece como um Exterminador de idade madura.

    Um robô maduro? Sim, e o público pode se preparar para ver o Exterminador aparentando várias idades, inclusive grisalho e cheio de rugas. "Sou velho, mas não obsoleto!" é o bordão que ele repete algumas vezes, substituindo o antigo "Eu vou voltar", celebrizado no segundo filme, de 1991.

    O "envelhecimento" do herói robótico é explicado pela roteiro, mas talvez seja a menor preocupação do espectador diante da trama de passados e futuros alternativos, em que Sarah, Kyle Reese (o humano que vem do futuro para protegê-la) e o próprio John Connor passeiam pelo tempo.

    Uma maluquice tremenda, mas o roteiro é inteligente. Principalmente porque brinca com os filmes anteriores mas pode ser visto por quem não viu a série, sem nenhum prejuízo de entendimento.

    E, claro, tem o simpático Exterminador/Schwarzenegger enfrentando de igual para igual robôs muito mais complexos e letais do que ele.

    Assim como seu personagem, essa franquia pode estar velha, mas não obsoleta.

    O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS (Terminator: Genesys)
    QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (2)
    ELENCO: ARNOLD SCHWARZENEGGER, EMILIA CLARKE, JAI COURTNEY, JASON CLARKE
    PRODUÇÃO: EUA, 2015, 12 ANOS
    DIREÇÃO: ALAN TAYLOR

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