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    Galeria britânica White Cube fecha filial em São Paulo depois de 3 anos

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    04/07/2015 13h19

    Três anos depois de abrir uma sede em São Paulo, a galeria britânica White Cube decidiu fechar seu endereço brasileiro. Uma última mostra, do carioca Christian Rosa, ficará em cartaz até agosto, quando o galpão ocupado pela galeria na Vila Mariana, zona sul da cidade, será fechado. A informação foi revelada neste sábado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

    Segundo uma funcionária da White Cube em Londres, o projeto paulistano da galeria já havia nascido com prazo para terminar. Era para ser uma "galeria pop-up", ou seja, temporária. Tim Marlow, diretor da galeria na época em que se instalaram em São Paulo, também havia dito há três anos que o contrato de locação do imóvel ocupado pela casa na capital paulista duraria três anos e que depois desse prazo decidiriam se ficariam ou não no país.

    Desde que se estabeleceu em São Paulo, a casa britânica mostrou artistas de peso de seu time, como os britânicos Antony Gormley, Damien Hirst, Sarah Morris e Tracey Emin, o alemão Anselm Kiefer, os norte-americanos Larry Bell e Theaster Gates e a etíope Julie Mehretu.

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Damien Hirst diante de uma de suas telas na White Cube, em São Paulo
    Damien Hirst diante de uma de suas telas na White Cube, em São Paulo

    Também lançou alguns nomes emergentes no circuito brasileiro, como Daniel de Paula, e artistas que fizeram parte da mostra "Até Aqui Tudo Bem", organizada por Fernanda Brenner, diretora do Pivô, na galeria.

    Embora a crise econômica já tenha afetado o mercado de arte no país, com uma queda nas vendas da feira SP-Arte, não parecia haver sinal de problemas financeiros na White Cube. Em São Paulo, a galeria organizava concorridos vernissages e deu suntuosas festas para seus artistas, muitas delas acompanhadas de perto por Jay Jopling, dono da galeria com sedes em Londres e uma filial em Hong Kong.

    Nesses eventos, colecionadores de peso do país nunca faltaram. De acordo com diretores da White Cube, o volume de vendas em São Paulo também não foi baixo. Mostras como as de Damien Hirst, Tracey Emin e Anselm Kiefer, com obras que ultrapassam o patamar de US$ 1 milhão, tiveram várias peças vendidas.

    Jason Mandella/Divulgação
    Obra sem título de Julie Mehretu, em grafite e acrílica sobre tela, mostrada na galeria White Cube
    Obra sem título de Julie Mehretu, em grafite e acrílica sobre tela, mostrada na galeria White Cube

    Segundo a Folha apurou, a brasileira Karla Meneghel, que dirige o espaço paulistano, continuará fazendo negócios em nome da White Cube no Brasil. O britânico Peter Brandt, que se mudou para São Paulo para cuidar da galeria, também continuará vivendo na cidade para manter a relação com os clientes.

    Jac Leirner, artista brasileira representada pela White Cube desde antes da vinda da galeria a São Paulo, diz que foi avisada do fechamento da filial paulistana há pouco, para "não ficar sabendo pelos jornais". "Foi superbacana eles terem vindo, muito generoso", diz Leirner, que terá uma mostra numa das três sedes londrinas da White Cube em janeiro do ano que vem.

    Outra brasileira representada pela casa britânica, Beatriz Milhazes também acaba de fazer uma exposição na sede da White Cube em Hong Kong.

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