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    Susana Vieira faz papel virtual de si mesma no musical "BarbarIdade"

    MARIA LUÍSA BARSANELLI
    DE SÃO PAULO

    17/07/2015 02h20

    Susana Vieira não vem. Mas ainda assim fez questão de deixar a sua marca. Protagonista do musical "BarbarIdade", que estreou no Rio em março, ficou impedida de participar da temporada paulistana do espetáculo após ter contundido o pé durante ensaios na semana passada.

    Para a estreia em São Paulo, nesta sexta (17), foi preciso chamar às pressas a atriz Stella Maria Rodrigues. Mas Susana ainda estará lá: em vídeo, interpretando a si mesma.

    Caio Galucci/Divulgação
    Os atores do musical "BarbarIdade" Osmar Prado, Stella Maria Rodrigues, Edwin Luisi e Marcos Oliveira (esq. para dir.)
    Os atores do musical "BarbarIdade" Osmar Prado, Stella Maria Rodrigues, Edwin Luisi e Marcos Oliveira

    "A gente achou que ela não poderia desaparecer", diz o diretor Alonso Barros.

    De fato, há quem diga que o papel fora escrito para a atriz. Baseado em argumentos dos escritores Luis Fernando Verissimo, Zuenir Ventura e do cartunista Ziraldo (depois consolidados por Rodrigo Nogueira), o musical retrata os bastidores de uma produção teatral.

    Três escritores (vividos por Osmar Prado, Edwin Luisi, Marcos Oliveira) são incumbidos de criar um musical sobre a terceira idade, mas sofrem um bloqueio criativo.

    É então que entra em cena a produtora Daniela Gordon (Stella, no papel que era de Susana). O problema é que ela, uma senhora, tem dificuldade em lidar com a velhice.

    "O personagem foi inspirando na Susana, mas é um personagem", conta Stella. "Ela é uma mulher madura, autoritária e que tem problemas com o envelhecer."

    As músicas são paródias de canções conhecidas do repertório brasileiro. "Malandragem", de Cazuza e Frejat, ganha letras sobre a velhice e o culto à imagem: "Quem sabe o meu pescoço virou papo?/ Vou fazer lifting, é fato/ e uma lipo pra secar".

    MUDANÇAS

    Susana Vieira não é a primeira perda inesperada do espetáculo –que tem orçamento declarado de R$ 10 milhões (sendo R$ 6,8 arrecadados via Lei Rouanet).

    Dez dias antes da estreia no Rio, o diretor José Lavigne deixou a produção alegando "problemas pessoais". Quem assumiu foi Alonso Barros, então diretor de coreografia.

    Agora, Barros assina também a adaptação e remontagem do espetáculo, que chega com alterações a São Paulo: o texto teve cortes, o papel de Daniela Gordon foi enxugado, houve mudanças no cenário e nos números musicais, explica o diretor.

    "O público de São Paulo vai ver um espetáculo, acredito eu, muito melhor do que o que foi visto no Rio de Janeiro", diz Luisi. "Até figurinos que não funcionavam tão bem agora funcionam melhor."

    Oliveira também acredita que o espetáculo foi aperfeiçoado: "Estava precisando de alguns ajustes", conta.

    Há ainda, claro, a participação de Susana. Em certo momento da peça, uma gravação sua será projetada no palco. No papel dela mesma, dá dicas à então desesperada personagem da produtora (leia trecho ao lado).

    "Vai ser uma surpresa para todo mundo", garante Stella.

    TRECHO

    STELLA:... Eu tô perdida, Luís André. Eu preciso ficar sozinha. Eu preciso ficar sozinha pra consultar um ser supremo, a minha deidade máxima, o meu oráculo da vida.

    LÉO SENNA: Nossa, quem é essa pessoa tão iluminada e poderosa? Um guru indiano?

    STELLA: Não, a Susana Vieira.

    (Stella já ligando para Susana por Skype. Susana aparece)

    Conversa entre as personagens Daniela Gordon (Stella Maria Rodrigues) e Luís André (Léo Senna) antes da projeção do vídeo com Susana Vieira

    BARBARIDADE
    QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 17h e às 21h, dom., às 16h; até 27/9
    ONDE Teatro Sérgio Cardoso, r. Rui Barbosa, 153, tel. (11) 3288-0136
    QUANTO R$ 40 a R$ 120
    CLASSIFICAÇÃO livre

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