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    Multishow aposta em programas de humor popular para a classe C

    LÍGIA MESQUITA
    COLUNISTA DA FOLHA

    19/07/2015 02h20

    Tom Cavalcante explica sua ida para uma emissora da TV paga fazendo uma analogia com o começo da telefonia móvel no país.

    "Pouca gente tinha, agora todo mundo tem celular. A TV a cabo até pouco tempo atrás era uma plataforma exclusiva, mas agora está em plena expansão. Quero fazer humor apostando nesse alcance", diz o humorista.

    Tom não poderia ter achado melhor guarida nessa plataforma do que o Multishow, canal em que estreou há um mês seu programa "Partiu Shopping". E no qual terá, em breve, um "talk show" para entrevistar seus personagens.

    Multishow
    O humorista Wellington Muniz, o Ceará, caracterizado como Marilia Gabi Herpes paa o programa A Grande Farsa
    O humorista Wellington Muniz, o Ceará, caracterizado como Marilia Gabi Herpes paa o programa A Grande Farsa

    Com a estreia nesta segunda (20) de "A Grande Farsa", do ex-"Pânico" Wellington Muniz, o Ceará, o canal pago chegará à marca de sete humorísticos no ar no primeiro semestre. Até o fim do ano, mais oito atrações desse gênero estão previstas. Dessas 15 produções, dez são inéditas.

    Além de Tom e Ceará, outros veteranos como Rodrigo Sant'Anna, Luiz Fernando Guimarães e a turma do Casseta & Planeta passaram a integrar o elenco do Multishow, que também conta com Tatá Werneck, Fabio Porchat e Paulo Gustavo, entre outros.

    A aposta no humor em sua grade, que antes priorizava a música, busca atingir os jovens, maior parte de sua audiência, e a classe C (34% da base de 19,5 milhões de assinantes em 2014, segundo a Associação Brasileira de TV por Assinatura).

    "O humor tem fôlego, traz audiência e faturamento", afirma Guilherme Zattar, diretor do Multishow. "Queremos atingir cada vez mais a classe C. O humor popular do Tom, do Ceará e de outros é para o grande Brasil. Mas também temos programas que falam mais com as classes A e B como o 'Tudo pela Audiência', do Porchat e da Tatá."

    Para Ceará, não importa classificarem seu trabalho como popular. "Humor não precisar ser inteligente o tempo todo, tem que ser é engraçado. O importante é rir", diz.

    Rodrigo Sant'Anna sabe que o humor que ele faz, imitando tipos populares, como a travesti Valéria, do "Zorra Total" (Globo), é visto com "maus olhos". "Não é o humor das elites, das rodas sociais. É tido como fácil. Se é bom ou ruim, não pretendo classificar sua qualidade. Só sei que é popular, sim, e tem público, senão eu tava fazendo sei lá o quê (risos)", diz.

    Tom acha que há audiência para todo tipo de humor, principalmente o popular como o seu, em alta na TV paga. "A essência do humor, da imitação que vem de Chaplin, existirá sempre. É claro que há um humor mais refinado, mas não é o que aplico para meu público, que é o povão."

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