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    'Senhor Brasil' celebra, na Sala SP, seus 10 anos

    CHICO FELITTI
    DE SÃO PAULO

    20/07/2015 02h00

    O Brasil tem olhos azuis, cabelos brancos penteados para trás e uma voz de trovão que parece se alongar a cada erre, num sotaque do interior. Esse é o "Senhor Brasil", no caso, alcunha há dez anos de Rolando Boldrin, 78, desde que ele começou a apresentar seu programa de música nacional na TV Cultura.

    O aniversário será celebrado com um programa gravado nesta segunda (20) na Sala São Paulo, no centro de SP, e ainda sem data para ir ao ar.

    Boldrin conta que muito pouco mudou nessa década, das gravações no Sesc Pompeia. "Eu não mudo, sou o mesmo. Só mudei de canal."

    O programa da Cultura é derivado de outro que ele apresentou na Globo no início da década de 1980 (e que também teve Lima Duarte no comando), o "Som Brasil".

    "Só troquei o nome um pouquinho porque 'Som Brasil' era patrimônio da Globo, senão seria esse até hoje."

    Segundo Boldrin, sua lógica de produção é caseira: é ele quem escolhe os artistas convidados, de qualquer estilo musical, escreve os causos que conta e decide o que entrará na edição, a partir do material bruto do programa que vê em casa, na Granja Viana, onde fica guardado o cenário da atração, feito por sua mulher, Patricia Maia.

    "Só aceito trabalhar assim. Quem mais faria por mim? Impus meu jeito de trabalhar até na Globo. Queriam botar um roteirista. Eu não quis."

    O paulista afirma que sua equipe não foi lanhada pelos cortes da TV Cultura.

    MUITOS BRASIS

    Questionado sobre o que acha da música nacional de hoje, o ex-ator diz que é "deficitária". Ainda assim, segue recebendo material "muito bom" de todos os cantos.

    "De quantidade e de qualidade, conseguiria fazer cinco programas." Parte das músicas entrou no álbum próprio "Lambendo a Colher", em que cantará músicas menos conhecidas de compositores como Tom Jobim, que nunca tinha gravado.

    Boldrin não conhecia o som do sertanejo Cristiano Araújo, morto em junho, mas respeita o seu peso. "A comoção por esse menino é linda e inacreditável. Mostra que existem muitos brasis dentro do Brasil. E isso é bom", diz o Senhor Brasil.

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