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    Festival de Veneza exibe menos filmes da Ásia e mais obras latino-americanas

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    29/07/2015 11h17

    Um Eddie Redmayne de vestido e salto alto e um Johnny Depp calvo e grisalho irão se trombar entre 2 e 12 de setembro, na 72ª edição do Festival de Cinema de Veneza, mais antiga mostra do gênero no mundo e uma das três mais importantes, ao lado de Cannes e Berlim. A programação foi anunciada na quarta (29).

    "The Danish Girl", de Tom Hooper, sobre um dos primeiros homens (Redmayne) a passar por uma cirurgia de mudança de sexo, é um dos 21 longas que disputam o Leão de Ouro. Competem com ele "Francofonia", do russo Aleksandr Sokurov, que já ganhou o prêmio por "Fausto" (2011), o drama psicológico "A Bigger Splash", protagonizado por Tilda Swinton, e o stop-motion "Anomalisa", de Duke Johnson e Charlie Kaufman.

    Divulgação
    O ator vencedor do Oscar, Eddie Redmayne, como dinamarquesa Lili Elb em "The Danish Girl"
    O ator vencedor do Oscar, Eddie Redmayne, como dinamarquesa Lili Elb em "The Danish Girl"

    Conhecido como uma grande vitrine do cinema asiático (já exibiu Jafar Panahi, Zhang Yimou, Tsai Ming-Liang, entre outros), o festival contará com apenas três coproduções do continente na competição: o franco-chinês "Behemoth", de Zhao Liang, o franco-israelense "Rabin, The Last Day", de Amos Gitai, e "Frenzy", de Emin Alper, parceria entre França, Turquia e Qatar. No ano passado, foram seis coproduções asiáticas na sessão.

    Ausentes em 2014, há neste ano dois competidores latino-americanos: a coprodução mexico-venezuelana "Desde Alla", de Lorenzo Vigas, e "El Clan", do argentino Pablo Trapero ("Elefante Branco").

    O longa de Vigas trata de um homem de 50 anos e sua relação com jovens que procura para passar uma noite. É protagonizada pelo chileno Alfredo Castro (de "No", filme indicado ao Oscar).

    Já o filme de Trapero se baseia na história dos Puccio, família formada por um pai e seus filhos que tinham uma loja de artigos náuticos e um bar para poder realizar extorsões, sequestros e assassinatos, em plena ditadura militar nos anos 1980.

    O cinema latino-americano está presente no Festival de Veneza com nove filmes, documentários e curtas. "O que há de mais mais fresco e inovador no cinema hoje em dia vem da América Latina. Finalmente, além da quantidade, há qualidade. São filmes que surpreendem", afirmou o crítico Alberto Barbera, diretor do festival.

    Além de Vigas e Trapero, foram selecionados para a seção Horizontes, a mostra mais original, "Un Monstruo de Mil Cabezas", do mexicano Rodrigo Plá, e dois filmes brasileiros: "Bol Neon", de Gabriel Mascaro, e "Mate-me por favor", de Anita Rocha da Silveira.

    Entre os curtas, figuram "En Defensa Propia", de Mariana Arriaga (México), "Tarántula", de Aly Muritiba e Maria Calafange (Brasil) e "55 Pastillas", de Sebastián Muro (Argentina).

    Fora da competição, o filme "Aliança do Crime", de Scott Cooper, faz sua estreia tendo Johnny Depp no papel de um gângster de Boston.

    BRASIL EM VENEZA

    O Brasil é representado pelo curta paranaense "Tarântula", de Aly Muritiba e Marja Calafanje, além de dois longas em mostra paralela: "Boi Neon", drama do pernambucano Gabriel Mascaro ("Ventos de Agosto") ambientado no interior do país, e "Mate-me Por Favor", longa de estreia da carioca Anita Rocha da Silveira.

    "Mate-me" flerta com o terror e o humor negro numa trama sobre como adolescentes reagem a uma série de assassinatos de mulheres no Rio. "Passar em Veneza é um sonho", diz Anita à Folha. "O filme ganha mais chances de ser vendido a outros países."

    Tiziana Fabi/AFP
    Cartaz do poster oficial do Festival de Veneza, fotografado nesta quarta-feira (29/7)
    Cartaz do poster oficial do Festival de Veneza, fotografado nesta quarta-feira (29/7)

    Veja a lista completa dos concorrentes ao Leão de Ouro, principal prêmio de Veneza

    "Frenzy", de Emin Alper (Turquia/França/Catar)

    "Heart Of A Dog", de Laurie Anderson (EUA)

    "Sangue Del Mio Sangue", de Marco Bellocchio (Itália/França/Suíça)

    "Looking For Grace", de Sue Brooks (Austrália)

    "Equals", de Drake Doremus (EUA)

    "Remember", de Atom Egoyan (Canadá/Alemanha)

    "Beasts Of No Nation", de Cary Fukunaga (EUA)

    "Per Amor Vostro", de Giuseppe M. Gaudino (Itália/França)

    "Marguerite", de Xavier Giannoli (França/República Tcheca/Bélgica)

    "Rabin, The Last Day", de Amos Gitai (Israel, França)

    "A Bigger Splash", de Luca Guadagnino (Itália/França)

    "The Endless River", de Oliver Hermanus (África do Sul/França)

    "The Danish Girl", de Tom Hooper (EUA)

    "Anomalisa", de Charlie Kaufman e Duke Johnson (EUA)

    "L'Attesa", die Piero Messina (Itália/França)

    "11 Minutes", de Jerzy Skolimowski (Polônia/Irlanda)

    "Francofonia", de Aleksandr Sokurov (França/Alemanha/Holanda)

    El Clan, de Pablo Trapero (Argentina/Espanha)

    "Desde Allá", de Lorenzo Vigas (Venezuela/México)

    "L'Hermine", de Christian Vincent (França)

    "Behemoth", de Liang Zhao (China, França)

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