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    Soprano italiana e pianista polonês apresentam clássicos franceses em SP

    GISLAINE GUTIERRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    03/08/2015 02h45

    Enquanto o público saudava Anna Caterina Antonacci com "bravo" ao final de um recital seu no Alice Tully Hall, em Nova York, em 2012, um crítico do "New York Times", ali no meio, só pensava em gritar: "Onde você estava?".

    A italiana que encantou aquela plateia se apresenta com o pianista polonês Maciej Pikulski segunda (3) e quarta (5), na Sala São Paulo, dentro da temporada do Mozarteum.

    Em 2012, Antonacci ganhava mais espaço nos EUA graças à guinada que havia dado em sua carreira, a partir do começo dos anos 2000, quando deixou de atuar apenas como mezzo-soprano para investir em papéis de soprano.

    Fabio Braga/Folhapress
    A soprano italiana Anna Caterina Antonacci ensaia com o pianista polonês Maciej Pikulski
    A soprano italiana Anna Caterina Antonacci ensaia com o pianista polonês Maciej Pikulski

    "No início da carreira não tinha técnica para cantar como soprano e perdi trabalhos interessantes por causa disso", diz Antonacci, que mudou a forma de impostar a voz com ajuda de um professor.

    O resultado mais expressivo veio em 2003 –teve reconhecimento imediato como a profetiza Cassandra na ópera "Os Troianos", de Berlioz.

    "Fiquei muito surpresa ao ser chamada para fazê-la", diz Antonacci. "Os franceses têm muito orgulho de seu repertório e são muito exigentes em relação à pronúncia."

    Esse aprendizado, segundo Antonacci, abriu-lhe portas para outras composições francesas, aos quais vêm se dedicando com frequência.

    No programa em São Paulo, haverá quatro delas: Ravel (1875-1937), com "Cinco Melodias Populares Gregas" e "Kaddish - Melodia Hebraica nº 1", Berlioz (1803-1869), com "La Mort d'Ophélie", Debussy (1862-1918), com "Três Canções de Bilitis", e Bizet (1838-1875), com "Chanson Bohème", de "Carmen", ópera que também deu grande visibilidade a Antonacci.

    O repertório ainda comporta o italiano Respighi (1879-1936), de quem cantará trechos de "Deità Silvane" e "Liriche", o espanhol Manuel De Falla (1876-1946), com "Sete Canções Populares Espanholas", e o venezuelano criado na França Reynaldo Hahn (1874-1947), com "Venezia".

    Se nos EUA Antonacci vem se tornando "de casa", em poucos anos não será possível vê-la em palco de país algum. É que, aos 54, Antonacci tem outro sonho: "Quero me aposentar e viver uma vida tranquila no campo, cuidando das minhas oliveiras", diz a cantora, dona de uma propriedade rural na Itália.

    ANNA CATERINA ANTONACCI E MACIEJ PIKULSKI
    QUANDO seg. (3) e qua. (5), às 21h; duração: 90 minutos
    ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500
    QUANTO R$ 80 a R$ 300
    CLASSIFICAÇÃO 7 anos

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