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    Presidente da Cultura diz que 'Viola Minha Viola' e 'Provocações' acabaram

    GABRIELA SÁ PESSOA
    DE SÃO PAULO

    10/08/2015 15h23

    A TV Cultura não irá mais produzir os programas "Provocações" e "Viola Minha Viola", segundo Marcos Mendonça, presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora do canal, afirmou à Folha nesta segunda-feira (10).

    Em julho, toda a equipe dessas duas atrações foi despedida –integram as 53 demissões dos quadros da emissora, em 2015.

    Em junho, funcionários da Cultura entraram em greve por quase uma semana contra os cortes.

    Para Mendonça, não "tem sentido" manter os funcionários nem as atrações após a morte em março de Inezita Barroso, que comandou o "Viola" por 35 anos, e, em abril, de Antônio Abujamra, que ficou à frente do "Provocações" desde 2000.

    "Esses programas acabaram quando essas pessoas morreram. Eles eram absolutamente personificados", disse o presidente, que comparou a continuidade dessas atrações sem os respectivos apresentadores a "gravar um 'Programa do Jô' sem Jô Soares".

    No caso do "Provocações", a Folha apurou que André Abujamra, filho de Antônio, recebeu uma proposta para assumir uma atração de entrevistas nos moldes do programa do pai. Ele deveria gravar um piloto com a mesma equipe, mas a hipótese foi cancelada após as demissões.

    Mendonça nega que tenha existido a intenção de continuar o "Provocações" sem Abujamra.

    Segundo o presidente, "pode ser" que a Cultura crie "outros produtos parecidos na grade de programação". Mas tudo dependeria de patrocinadores, o que não existe até o momento.

    Mendonça negou que o ator Lima Duarte, cogitado para assumir o posto de Inezita à frente do "Viola", tenha sido formalmente convidado a trabalhar no programa. "Sentiria a maior maior alegria em tê-lo aqui na Fundação, mas não existe nada."

    À Folha, Lima disse que tinha aceitado o convite para assumir o programa. O jornal "O Estado de S. Paulo" noticiou que o ator e Marcos Mendonça se encontrariam no fim de julho para negociar a contratação, que ainda dependia de liberação da TV Globo e de contratos publicitários.

    Procurado pela reportagem nesta segunda (10), Lima Duarte não foi encontrado até a publicação desta nota.

    "Ele vai enriquecer a TV Cultura se eventualmente vier para cá. O que existe é um sonho de tê-lo aqui", desconversou o presidente. "Eu não posso convidar o Lima, não há como convidar uma pessoa como essa."

    Ainda que fosse reeditado com um novo apresentador, no entanto, o programa "provavelmente" não se chamaria "Viola Minha Viola", segundo o executivo.

    "Deus me perdoe, mas acho que estavam aguardando isso", diz Nico Prado, que dirigiu o programa de Inezita nos últimos seis anos, sobre a relação da morte da cantora e apresentadora com o fim da atração.

    Ele conversou com a reportagem durante ato realizado na manhã desta segunda (10) em frente aos portões da emissora, em São Paulo, contra as demissões na empresa. A manifestação reuniu cerca de 70 pessoas, entre funcionários, ex-funcionários, sindicalistas e fãs órfãos do "Viola Minha Viola".

    Prado relata que, havia algum tempo, já era difícil conseguir verba para custear passagem e hospedagem de convidados do "Viola" que moravam fora de São Paulo.

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