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    CRÍTICA

    Diretor japonês redime 'Voo 7500' ao torná-lo conscientemente ruim

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    12/08/2015 02h53

    Takashi Shimizu é um gozador. Como alguns diretores japoneses dos anos 1960 –Nagisa Oshima e Seijun Suzuki, por exemplo– o diretor sabe que às vezes o melhor é desafiar a sobriedade.

    Comparar Shimizu a Oshima e Suzuki é exagero. Mas o certo é que "Voo 7500" tem elementos para concluirmos que Shimizu resolveu tirar sarro da onda do cinema de horror que ele mesmo ajudou a formar.

    Num avião que vai de Los Angeles a Tóquio, viaja um grupo de personagens arquetípicos, apresentados como num antigo filme-catástrofe.

    Divulgação
    Cena do filme 'Voo 7500
    Cena do filme 'Voo 7500'

    Temos a moça recém-casada e obcecada por limpeza, o surfista ladrão, o executivo misterioso, o casal em crise, a moça com medo de ter engravidado, a garota gótica obcecada com a morte, e por aí vai.

    No meio do voo, o executivo tem um piripaque e morre. Em vez de aterrissar no aeroporto mais próximo, o piloto decide continuar a viagem.

    Logo em seguida, uma despressurização causa pânico. Daí em diante, coisas estranhas se sucedem, e o terror se instala de vez. O desafio dos passageiros é descobrir o que diabos está acontecendo.

    Por que Shimizu seria um gozador? Porque a explicação escrita pelo roteirista Craig Rosenberg é de uma incrível estupidez, mas a direção a trata com um cinismo tão inconsequente que a coisa quase vira do avesso. O filme torna-se conscientemente ruim, e isso, em parte, o redime.

    VOO 7500
    QUANDO: EM CARTAZ
    DIREÇÃO: TAKASHI SHIMIZU
    ELENCO: AMY SMART, LESLIE BIBB
    PRODUÇÃO: JAPÃO/EUA, 2014
    CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS

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