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    Aos 13, Maisa completa dez anos de carreira na televisão

    BEATRIZ MONTESANTI
    DE SÃO PAULO

    20/08/2015 17h05

    Ir ao Raul Gil foi o presente de aniversário de Maisa quando completou três anos.

    Dez anos depois, a menina já passou por três emissoras de TV, tem dois discos, um filme em cartaz e uma novela sendo reprisada, além de um canal no YouTube com vídeos pitorescos –como o que desafia um amigo a passar batom.

    Tudo começou em 2005 com a ida ao programa de calouros que acompanhava pela TV com o avô. Sem saber o que encontrariam, seus pais a levaram de São José dos Campos (SP) aos estúdios da Record (onde Raul trabalhava na época) na capital paulista.

    Os três aguardaram na sala de espera em meio a crianças vestindo paetês e ensaiando melodias no saxofone. "Me perguntaram que música eu apresentaria, mas não tinha nada preparado", lembra Maisa. Seu pai, Celso, correu até o carro e voltou com um CD do extinto grupo pop Rouge, dublado de improviso pela filha aos jurados. No dia seguinte, a família recebeu uma ligação.

    No programa, tornou-se assistente de palco: cantava, dançava e homenageava artistas como Ivete Sangalo, Toquinho e Sérgio Reis. Invariavelmente soltava pérolas de criatividade infantil, que chamaram a atenção de ninguém menos que Silvio Santos.

    Foi quando a família recebeu uma nova ligação.

    Silvio os recebeu pessoalmente no SBT. "Sentei no sofá com ele e lembro que meus pés nem encostavam no chão, ficavam balançando no ar." Aos 5, Maisa apresentava sozinha o matinal "Bom Dia & Cia", distribuindo PlayStations para espectadores mirins e soltando tiradas como "opa, tô bêbada", após quase cair.

    Acabou chamada para atuar ao lado do patrão no "Programa Silvio Santos", portando cachinhos ajeitados com mousse e sapatinhos de verniz à la Shirley Temple –num estilo definido pelo chefe.

    A espontaneidade da dupla rendeu um episódio que levou a Justiça a proibi-la de trabalhar por semanas, após sair correndo pelo estúdio com medo de um garoto maquiado de monstro e bater a cabeça numa câmera. "A imprensa ficava me perseguindo na escola. Falavam que eu tinha problema mental, que tinha ficado com sequelas. Nada a ver."

    Recentemente, acompanhou a proibição do trabalho de seus sucessores no "Bom Dia & Cia". "Nenhuma criança está na TV sem gostar. Tem um café da manhã imenso no estúdio! Deixem as crianças tomarem frappé de morango e brincarem com o hamster", diz, sobre as distrações oferecidas pela emissora aos funcionários mirins. Para a Justiça, jornadas extenuantes podem prejudicar os estudos, o lazer e o descanso de menores.

    'NHENHENHEM'

    Em 2012, Maisa trocou a carreira de apresentadora pela de atriz. Foi a Valéria na novela "Carrossel" (e depois no filme). Hoje, com 1,56 m de altura, aparelho dental e cabelos alisados, voltou à música com o CD "Eu Cresci". A faixa "Nhenhenhem" desbancou Anitta como canção mais ouvida no Spotify no Brasil durante duas semana. Rendeu ainda alfinetadas nas redes sociais, por ter uma sonoridade tão irritante quanto promete o título.

    "Não é irritante, é chiclete", diz. "Às vezes me chamam de 'nhenhenhem' na escola, mas eu não ligo, porque enquanto eles falam, a música faz sucesso." Ela ensaia para a turnê de um musical com as canções do novo álbum. A produção está prevista para outubro.

    Há seis anos, os pais deixaram seus empregos –ele técnico da telefônica, ela comerciante– para cuidar da carreira de Maisa. "A gente jamais ia imaginar o que ia acontecer, mas graças a Deus aconteceu na vida dela e na nossa", diz Celso, no pequeno escritório que montou na nova casa, em Alphaville. Atrás dele, pregado na parede, chama atenção um chapéu de palha, homenagem de Raul Gil à menina.

    Maisa - NheNheNhem

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