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    Na Bienal do Rio, best-sellers e debate político lotam auditórios

    MARCO RODRIGO ALMEIDA
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    07/09/2015 02h04

    Fora o frio que surpreendeu os próprios cariocas, a 17ª Bienal Internacional do Livro Rio teve em seu primeiro final de semana todos os ingredientes característicos desse tipo de feira literária -a predominância do público juvenil, longas filas de para conseguir autógrafo dos autores, fãs emocionados diante dos ídolos.

    Uma boa novidade desta edição foi a ampliação da área externa do evento. Os jardins do Riocentro, sede da Bienal, na zona oeste do Rio, foram abertos ao público. O espaço maior para lazer e alimentação desafogou um pouco os corredores sempre apinhados de gente.

    O sábado (5) começou com um nome forte nas bienais, a escritora infanto-juvenil Thalita Rebouças.

    Pela noite, a principal atração foi o britânico David Nicholls, autor do best-seller "Um Dia" (Intrínseca).

    "Não posso expressar como estou feliz por encontrar tantos jovens leitores no Brasil. Nunca imaginei isso. Estou muito honrado", afirmou para a legião de admiradores que o aguardava no espaço Conexão Jovem.

    No domingo (6), o mesmo espaço foi tomado pelos fãs da americana Colleen Hoover, autora da saga "Métrica" (Galera Record). A escritora foi recebida com muitos gritos de "eu te amo", lágrimas e declarações de como mudou a vida dos leitores.

    Pela tarde, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) e o cientista político César Benjamin protagonizaram no Café Literário um dos poucos debates da Bienal com forte presença do público adulto.

    Muitas pessoas não conseguiram senha e ficaram do lado de fora do espaço.

    A crise na política brasileira norteou a conversa.

    "O PT pode vir a completar 16 anos de governo sem ter feito nenhuma reforma estrutural. Apenas aproveitou uma conjuntura internacional favorável para aumentar o consumo", comentou Benjamin.

    Ele afirmou ainda que os petistas cometeram "um erro que ninguém pode cometer" -atentou contra as instituições republicanas ao fazer o loteamento do Estado entre os partidos aliados.

    Wyllys realçou que a crise é estrutural e vai muito além do próprio governo federal.

    "A crise política que tem o PT como protagonista fez emergir um escroque como Eduardo Cunha [PMDB]", afirmou, referindo-se ao presidente da Câmara.

    "Não dá para achar que o Aécio Neves [PSDB] tem verdadeira moral para fazer crítica ao PT", completou depois, sob fortes aplausos.

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