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    Casal de 'Pequeno Dicionário' se reencontra em sequência após 18 anos

    BEATRIZ MONTESANTI
    DE SÃO PAULO

    10/09/2015 02h10

    Em duas décadas, os relacionamentos mudaram, mas os problemas tendem a ser os mesmos. Esse é o mote de "Pequeno Dicionário Amoroso 2", sequência da comédia romântica de 1997 sobre um casal que passa por todas as etapas de um romance, da paixão até o término.

    Dezoito anos depois, Andrea Beltrão e Daniel Dantas voltam a interpretar Luiza e Gabriel, sob a mesma direção de Sandra Werneck, agora com Mauro Farias.

    Na sequência, Luiza está mais séria, e Gabriel mais acomodado. Ela tem dois filhos e se frustra num casamento fadado ao fracasso. Ele continua no mesmo emprego, analisando animais peçonhentos, e tem uma namorava mais nova. Os dois se reencontram e tentam reatar.

    Douglas Nascimento/Divulgação
    Andrea Beltrão e Daniel Dantas em cena de 'Pequeno Dicionário Amoroso 2' ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Andrea Beltrão e Daniel Dantas em cena de 'Pequeno Dicionário Amoroso 2'

    "Acho que tem o peso dos quase 20 anos. No primeiro filme eu tinha 30 e poucos, agora, 52", diz Beltrão, sobre as mudanças de sua personagem. "Só com maturidade você arranha esse lugar de solidão que é duro, mas é único, estando casa da ou não."

    Para seu parceiro de elenco, o problema de Gabriel é o oposto: não ter aprendido a lidar com a solidão. "É a condição primeira para uma relação. Você precisa disso para se envolver com alguém."

    Em 1997, "Pequeno Dicionário Amoroso" atraiu 400 mil pessoas, número alto numa época de marasmo da produção nacional. Como comparação, a comédia "Loucas para Casar" passou as 3,5 milhões nos três meses em que ficou em cartaz, neste ano.

    Segundo a diretora, a ideia de fazer uma continuação tardia em tempos de sequências frenéticas veio numa festa na qual encontrou a atriz e se perguntou como os personagens estariam hoje.

    "O filme não foi feito porque o primeiro fez sucesso. Foi outra proposta, de anos depois pensar que ainda poderia ter história ali, com fez o [Richard] Linklater", diz Werneck, referindo-se à trilogia iniciada em 1995 com "Antes do Amanhecer".

    No novo longa, as intervenções antes feitas pelos amigos do casal, Tony Ramos e Mônica Torres (que não estão na sequência), foram substituídas por histórias com os filhos dos protagonistas.

    A dele, vivida por Fernanda Vasconcellos, é uma jovem explorando o amor livre. Um dos filhos dela, Miguel Arraes, um garoto de 13 anos em conflito com a puberdade (a outra, que faz intercâmbio, é citada só de passagem).

    "Acho que eles lidam com a sexualidade dos filhos como os pais no geral", diz Dantas, para quem as práticas da nova geração são "mais caretas" do que as de seu tempo.

    "Há um individualismo, uma coisa de não querer se aproximar dos outros, acho covardia. Se jogar é legal e não importa a idade", concorda Beltrão, abandonando as desilusões.

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