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    'Room' encanta Toronto com drama inspirado em sequestro real

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TORONTO

    15/09/2015 18h55

    Cinco dias depois do início do Festival de Toronto, finalmente surge um filme para dominar as conversas e se candidatar a um dos grandes nomes na corrida para o Oscar. "Room", longa de Lenny Abrahamson ("Frank"), foi apresentado na segunda-feira (14) e arrancou aplausos da imprensa mundial presente no cinema Princess of Wales, o principal do evento.

    O longa baseado no livro "Quarto" (Ed. Verus), da irlandesa Emma Donoghue e roteirizado pela própria escritora, conta a história de Jack (o ótimo Jacob Tremblay), um menino de cinco anos que nasceu no cativeiro e nunca saiu do confinamento de um quarto em que é mantido prisioneiro com a mãe, Joy (Brie Larson, forte candidata ao Oscar).

    Divulgação
    Imagem do filme " Room ", de Lenny Abrahamson, que esta no Festival de Toronto. Foto: Caitlin Cronenberg/Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Jacob Tremblay e Brie Larson em cena de "Room"

    Inspirado em parte pelo episódio noticiado em 2008 sobre a austríaca Elisabeth Fritzl, prisioneira do próprio pai por mais de duas décadas e teve sete filhos do sequestrador, "Room" transformou-se no filme-surpresa de Toronto após um fim de semana de poucas indicações sobre o futuro do Oscar 2016.

    "Meus filhos estavam com quatro anos quando li sobre o caso Fritzl e notei que queria escrever um livro sobre uma criança vendo nosso mundo pela primeira vez. É uma história sobre a ligação de uma mãe com um filho", explicou a autora na primeira entrevista à imprensa mundial.

    "Li ao obra logo depois que saiu, fui cativado pela criança e queria fazer esse filme, mas soube que Obama apareceu no seu descanso em Martha's Vineyard com o livro embaixo do braço e imaginei que nunca conseguiria adaptá-lo", brincou Abrahamson.

    "Room" não poupa o espectador, mesmo sem nenhuma violência gráfica. A primeira metade do longa é toda passada dentro do cativeiro, o único mundo que Jack conhece. As restrições físicas são ultrapassadas com a imaginação do garotinho e a persistência da mãe. Ela tenta proteger o menino -assim como o espectador- até quando o sequestrador surge em determinadas noites para estuprar a prisioneira. Mas tudo é manejado com sensibilidade pelo belo roteiro da irlandesa.

    "Foi a primeira vez, desde a quarta série, que chorei lendo um livro", confessou a atriz Brie Larson. "Me apaixonei por ele e, quando soube que haveria uma adaptação, nunca pensei que seria contratada."

    Larson assinou contrato e passou um mês trancada no próprio apartamento para tentar compreender uma parcela do sentimento da sua personagem.

    "Queria ver o que aconteceria e coisas interessantes surgiram neste período. Velhas memórias ressurgiram, lembrei de coisas que havia esquecido sobre minha infância. Lembrei de quando me mudei para Los Angeles com minha mãe e minha irmã. A gente não tinha dinheiro nem para comer no McDonald's, mas foram alguns dos dias mais felizes da minha vida", contou Larson.

    "É importante lembrar que não é a história de um crime, mas uma história de amor entre mãe e filho", completou Donoghue.

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