• Ilustrada

    Saturday, 18-May-2024 11:23:36 -03

    Homem morre soterrado em obra próxima à entrada do Rock in Rio

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    ENVIADA ESPECIAL AO RIO

    18/09/2015 17h52

    Um operário morreu próximo à entrada do Rock in Rio, nesta sexta (18), após ser soterrado por areia.

    Segundo colegas, Antonio Carlos, 29, pernambucano pai de dois filhos, era encarregado-geral das obras de tubulação de águas tocada pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos).

    As portas da Cidade do Rock ficam a poucos metros do local do acidente, e o público passa sem reparar no que houve. O corpo, até às 17h, continua soterrado, numa vala vizinha a ambulantes vendendo cerveja a R$ 7.

    Ricardo Borges/Folhapress
    Rio de Janeiro.RJ,Brasil 18.09.2015 cobertura Rock in Rio Acidente provocado por obra de tubulacao na Av Abelardo Bueno passagem para entrada do Rock in Rio deixa uma vitima,operario morre soterrado. Foto: Ricardo Borges/Folhapress Cod 30736 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Acidente provocado por obra de tubulação na avenida Abelardo Bueno, passagem para entrada do Rock in Rio, deixa uma vítima; operário morreu soterrado

    A ex-mulher Manoela Barbosa, 31 anos, apareceu no canteiro de obras cobrando os engenheiros no local. "Só por que é peão vocês não ligam? Era um cara que sabia trabalhar. Vai ser enterrado aqui ou no Pernambuco?"

    A atual mulher de Antonio Carlos, segundo o amigo Manoel Damasceno, 48, está grávida de oito meses. "Avisei para darem remédio antes de falar com ela." Antonio e Manoel eram vizinhos no Tanque, na zona oeste do Rio.

    O bombeiro hidráulico Reinaldo Santana, 33, viu tudo acontecer, por volta das 15h —quando o fluxo para entrar no Rock in Rio era intenso.

    "O Antonio foi descer para conferir a obra, e o aterro caiu em cima dele. A gente está trabalhando sem segurança nenhuma. Uma vergonha. Ele tentou sair, ficou gritando, mas não deu."

    "Já aconteceu vários acidentes do tipo", continuou Reinaldo. "Estavam esperando uma fatalidade pra tomar providências. O barranco já caiu outras vezes, o próprio engenheiro quebrou a perna."

    Eles trabalham para uma empresa que presta serviço para a Cedae, a Ipê Engenharia.

    O setor jurídico da Ipê Engenharia disse à Folha que a empresa prestará "toda a assistência possível" aos familiares e que aguardará perícia para se posicionar sobre as causas do acidente.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024