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    Desfile de hits abre palco principal para celebrar 30 anos do Rock in Rio

    ANDRÉ BARCINSKI
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    18/09/2015 21h28

    De uma coisa ninguém pode acusar o Rock in Rio: o festival cumpre o que promete.

    A sexta edição, que começou na noite de sexta-feira, é uma grande homenagem aos 30 anos do próprio festival, um evento que não oferece quase nada de novo ou transgressor ao público e vive de reciclar o que deu certo em anos anteriores. Tanto que todas as atrações principais das sete noites já tocaram antes.

    Nada mais apropriado para um festival "autocongratulatório" desses do que ter como abertura do palco principal o show "Rock in Rio 30 Anos", uma grande reunião de popstars nacionais interpretando sucessos da música pop brasileira para um público que não se importa de pagar caro para ver artistas pela enésima vez e cantar as mesmas e surradas canções.

    Para um show de covers, ninguém tem o que reclamar. Foi uma chance única para o público ver, no mesmo palco, um rodízio de hits que faria o extinto "Globo de Ouro" parecer mixaria.

    Os trabalhos foram abertos com Frejat, do Barão Vermelho, cantando "Pro Dia Nascer Feliz" e recebendo Ney Matogrosso para uma versão de "Por que a Gente é Assim?". Vieram na sequência Samuel Rosa e o Skank cantando "Vou Deixar" e convidando Erasmo Carlos (apresentado por Rosa como "o inventor do rock no Brasil") para versões de "Pode Vir Quente Que Eu Estou Fervendo" e "É Proibido Fumar".

    Erasmo fez questão de lembrar as vaias que levou dos metaleiros na primeira edição: "Era esse Rock in Rio que eu queria ter visto em 85!".

    A festa dos hits continuou com Ivan Lins ("Depende de Nós" e "Novo Tempo"), Blitz ("Você Não Soube Me Amar" e "Dois Passos do Paraíso" —esta com trechos de "One Love", de Bob Marley, que infelizmente morreu quatro anos antes do primeiro Rock in Rio).

    Curiosa foi a participação de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, solando em "Você Não Soube Me Amar" e cantando o refrão com Evandro Mesquita. Já existiram duas bandas mais antagônicas que a solar e praiana Blitz e o sombrio Sepultura? De qualquer forma, foi divertido e inesperado.

    Depois subiram ao palco Paralamas do Sucesso ("Óculos"), Ivete Sangalo ("Uma Brasileira" e "Tempo de Alegria"), Dinho Ouro Preto ("À Sua Maneira"), e o show terminou de forma bem mais pesada, com Sepultura tocando "Ratamahatta" e o Titãs emendando "Polícia" e "Bichos Escrotos". No fim, o Jota Quest se juntou à turma para cantar o "Hino do Rock in Rio", enquanto famílias faziam "air guitar" e pulavam de alegria.

    Para o público, foi um deleite. Todos cantaram juntos e sabiam as letras de cor. O show foi bem organizado, com trocas rápidas de artistas no palco, o que não deixou o ritmo cair. A seleção e ordem das músicas foi muito bem pensada para pregar aos convertidos, que é exatamente o que o Rock in Rio faz há um bom tempo.

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