• Ilustrada

    Saturday, 18-May-2024 10:48:37 -03

    Agente literária Carmen Balcells, a 'mamá grande' de García Márquez, morre aos 85

    DE SÃO PAULO

    21/09/2015 13h28

    Considerada uma das figuras centrais na explosão comercial da literatura latino-americana nos anos 1960 —o "boom"—, a agente literária catalã Carmen Balcells morreu no domingo (20), aos 85 anos, em Barcelona. A causa da morte não foi divulgada até a publicação desta nota.

    Desde que fundou sua agência literária em 1956, ela negociou direitos autorais de alguns dos maiores escritores do mundo.

    Ángel Díaz/Efe
    GRA391. MADRID, 21/09/2015.- Fotografía de archivo, del 21/03/2011, de la prestigiosa agente literaria Carmen Balcells (Santa Fe de Dalt, Lleida) quien ha fallecido hoy a los 85 años. Balcells ha representado a más de 300 escritores de habla hispana y portuguesa y a las más prestigiosas editoriales en los países latinos. EFE/Archivo/Ángel Díaz ORG XMIT: GRA391
    A agente literária Carmen Balcells, em foto sem data

    Passaram por seu escritório Pablo Neruda, Julio Cortázar, Carlos Fuentes, Mario Vargas Llosa e Gabriel García Márquez. Também Isabel Allende, Juan Carlos Onetti e Javier Cercas. E Italo Calvino, Jorge Luis Borges, Vladimir Nabokov e Milan Kundera desde 2014, quando se juntou a Andew Wylie para fundar uma superagência literária.

    Era uma mulher que, segundo relatos, costumava tratar seus autores com dedicação materna — foi apelidada de "mamá grande" (grande mãe) por Gabriel García Márquez. Dava conselhos (e adiantamentos para acalmar seus escritores, quando necessário), fechava traduções e os inscrevia em prêmios literários.

    Sobretudo, profissionalizou as relações financeiras no mercado editorial, atribuindo aos autores valor de mercado com porcentagens sobre traduções e controle sobre o número de exemplares editados.

    Em artigo publicado nesta segunda (21) no site do jornal espanhol "El País", o escritor peruano Mario Vargas Llosa, Nobel de literatura, destacou o papel revolucionário de Balcells, a quem atribuiu o início de contratos dignos e o respeito aos direitos dos literatos. Também lembrou os momentos em que ela "mimou" os agenciados, e os preencheu de "compreensão e carinho em tudo o que fazíamos, não só no que diz respeito ao que escrevíamos".

    "Ela induziu e até obrigou os editores da Espanha e da América a se tornar modernos e ambiciosos, a operar num marco amplo de toda a língua e abandonar a visão pequena e provinciana que tinham", afirmou.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024