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    Rod Stewart fecha primeira semana de viés nostálgico do Rock in Rio

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    22/09/2015 02h10

    Foi acertada a decisão de escalar Rod Stewart para se apresentar depois de Elton John na noite de domingo (20), encerrando o primeiro final de semana do Rock in Rio 2015. Apesar de ambos desfrutarem de popularidade entre os fãs brasileiros, há uma diferença a favor de Rod. Elton, 68, faz o show que quer. Rod, 70, faz o show que o público quer.

    A escolha do repertório de Elton é um tanto esquizofrênica. Canta músicas de seus trabalhos mais recentes, sem apelo evidente. Se fizesse isso em um show individual, lindo. Mas esconder seus grandes hits no meio de uma apresentação para 85 mil pessoas é jogar contra o próprio time.

    Já Rod sabe muito bem criar um roteiro agradável. Despeja algum material não tão aclamado, mas que certamente deve estar entre seus favoritos pessoais, e pontua essa primeira parte do show com sucessos retumbantes.

    No domingo, essas armas foram "Forever Young", trilha constante de rádios FM nas madrugadas, e a balada safada "Tonight's the Night", talvez seu maior sucesso entre os brasileiros.

    Ricardo Borges/Folhapress
    Show do cantor britânico Rod Stewart no terceiro dia de Rock in Rio, na zona oeste da capital fluminense, na madrugada desta segunda
    Rod Stewart em show no terceiro dia de Rock in Rio, na zona oeste da capital fluminense

    O cantor tem carisma de sobra, se não bastasse o repertório impecável. No meio do show, duas baladas de rasgar corações: "The First Cut Is the Deepest", de Cat Stevens, e "I Don't Want to Talk About It", de 1975, do próprio Rod.

    Para finalizar, ele abriu de vez a gaveta das músicas que chegaram ao topo das paradas mundiais. Teve "You're in My Heart", "Stay with Me" (do seu tempo na banda Faces), e, para finalizar o desfile de hits, "Sailing".

    AS MAIS MAIS

    O show de Rod representa bem o primeiro fim de semana do Rock in Rio 2015. Parece um festival temático: só vale show de "greatest hits".

    No mesmo dia, os Paralamas abriram o palco Mundo assim, um sucesso atrás do outro. O cantor Seal veio depois e, por ter só duas músicas memoráveis, abriu com uma delas, "Crazy", e encerrou com a outra, "Kiss From a Rose". Ainda no domingo, houve o reencontro do ex-casal Baby do Brasil e Pepeu Gomes, que desde a separação, em 1988, não tocavam juntos.

    A versão do Queen com Adam Lambert, na sexta (18), e o burocrático Metallica, no sábado (19), também seguiram a cartilha dos sucessos antigos, e não poderia ser diferente, já que não produziram algo novo recentemente.

    A partir de quinta (24), o Rock in Rio tem mais dois dias de heavy metal e outros dois de divas pop (Rihanna e Katy Perry) para se desviar dessa rota nostálgica.

    Os brasileiros desta semana, porém, não terão munição para essa tarefa. Lulu Santos lançou disco de inéditas há pouco tempo, mas o ambiente gigantesco do festival será para ele um convite a perfilar seus sucessos. Dificilmente ele recusará um repertório de resgate. Mas Lulu está em evidência, seja em turnês ou no "The Voice Brasil", o público está ligado nele. Tudo bem.

    Já a presença de Cidade Negra e CPM 22 no palco principal é algo que ultrapassa os limites do bom senso. Duas bandas que tiveram seu auge antes desta década e que nada fizeram para justificar algum tipo de "revival" no festival. São shows que antes mesmo de começarem jogam mais nostalgia nessa edição. No caso deles, nostalgia que ninguém estava pedindo.

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