Uma das tendências de estilo que sempre está presente nas passarelas, a estética étnica é um dos destaques do sétimo volume da Coleção Moda de A a Z, que a Folha leva às bancas no próximo domingo (4/10).
Toda apropriação dos elementos da indumentária comum em países fora do eixo Estados Unidos-Europa e o uso de referências do período pré-industrial europeu é, segundo a cartilha fashion ocidental, considerado étnico.
Os estilistas e as grifes costumam buscar na Ásia e na África as características desses países quando tratam o tema em suas coleções, geralmente traduzido em estampas e proporções assimétricas (influência japonesa).
Segundo o texto do livro, essa apropriação não é apenas estética. A ideia de buscar essas culturas distantes da realidade ocidental é aprofundar-se nos valores embutidos em sua indumentária.
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Look étnico do verão 2011 da grife Kenzo |
Essa era a lógica de quem aderiu ao movimento hippie, que já nos anos 1960 contestava os valores da modernidade ao vestir-se de elementos das culturas indo-himalaia, pré-colombiana e africana.
Até chegar às passarelas da Kenzo –bom exemplo de grife que adere a essa moda e atualmente é comandada pelos estilistas Carol Lim e Humberto Leon–, o étnico foi grande inspiração do estilista Paul Poiret (1879-1944).
Já no início do século 20 o costureiro adornava as mulheres da alta sociedade europeia com criações influenciadas pelas estéticas árabe e, principalmente, japonesa.