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    Fãs pintam rosto e escondem máscara na cueca para contornar proibições no Rock in Rio

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    ENVIADA ESPECIAL AO RIO

    25/09/2015 18h39

    O engenheiro agrônomo Guilherme Amaral, 27, pintou seu rosto com tinta a óleo preta em protesto. Chegou ao Rock in Rio com uma máscara de acrílico parecida com a que seu ídolo, Corey Taylor, usa nos shows do Slipknot —a banda do Iowa (EUA) fechará o Palco Mundo nesta sexta-feira (25). Mas foi barrado na porta do festival.

    A proibição de máscaras no Rock in Rio pegou muitos fãs do Slipknot de surpresa. O item quatro dos termos de condição para quem comprou o ingresso, de R$ 350, esclarece o que não pode: pau de selfie, capacete, isopor e banquinho, por exemplo. Máscaras, contudo, não estão entre os artigos vetados.

    "No entanto, outros objetos que possam vir a ser considerados perigosos para a segurança do público podem ser proibidos", diz, em nota, a organização do Rock in Rio.

    Guilherme conta que gostaria de ter sido comunicado disso antes, o que lhe pouparia R$ 20 gastos para guardar seu adereço —comprado por R$ 100 na internet— no porta-volumes do festival. Só então pôde entrar na Cidade do Rock.

    Fora as camisetas da banda, uma forma comum de homenagear os metaleiros é se vestir como eles no palco —macacões vermelhos e disfarces para o rosto que se assemelham a monstros e psicopatas. Em 2011, por exemplo, os membros do Slipknot se apresentaram na Cidade do Rock como palhaços assassinos e assassinos tipo Jason da série "Sexta-feira 13".

    Como não queria entrar "sem graça" no Rock in Rio, pediu para a irmã Angélica Amaral, 23, lhe emprestar um pouco de tinta. A estudante de biomedicina já havia pintado o rosto com vermelho em volta dos olhos e preto no nariz e na testa.

    Guilherme acha "sacanagem" barrarem máscaras. "Elas representam ser você mesmo, pintar a cara é não se importar com a opinião da outra pessoa", diz.

    Angélica vê lógica na proibição. "Nego mata com elas", diz, lembrando que os adereços são feitos de material como acrílico, "que pode ser perigoso".

    O estagiário de marketing Ricardo, que não dá o sobrenome, nem tira foto "porque nunca se sabe quem vai grampear seu celular depois", diz que está fazendo um "balé" com os seguranças do Rock in Rio.

    Assim que avista um deles, tira a máscara do rosto. Conseguiu escondê-la "dentro da cueca" para passar pelos portões. "Fuck the system" (foda-se o sistema), diz com o punho levantado e a máscara branca de feições distorcidas devidamente guardada sob a calça.

    Editoria de Arte/Folhapress
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