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    Zemeckis recria travessia dramática de equilibrista nas Torres Gêmeas

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    01/10/2015 02h00

    Símbolos da grandiosidade arquitetônica de Nova York, as torres gêmeas do Word Trade Center desabaram em um ataque terrorista em 11 de setembro de 2001.

    As imagens dos colossos de vidro, concreto e aço ruindo se fixaram para sempre no imaginário global, mas o filme "A Travessia", de Robert Zemeckis ("De Volta para o Futuro"), quer resgatar momentos mais agradáveis.

    O longa é um dos destaques do Festival do Rio, que começa nesta quinta (1º). Será exibido em uma única sessão, em 3D, na sexta (2).

    "O filme é a celebração de um dos momentos mais felizes das Torres Gêmeas", conta à Folha o ator Joseph Gordon-Levitt. "Quando pensamos nelas, nossas mentes vão instantaneamente para a tragédia. Acho importante lembrar do que aconteceu, mas é essencial lembrar dos tempos alegres para sabermos o que perdemos."

    Um momento feliz aconteceu em 7 de agosto de 1974, quando o equilibrista francês Philippe Petit atravessou a distância entre os topos das torres caminhando –sem redes de segurança– por um cabo de aço a uma altura de mais de 400 metros. Não só uma vez, mas oito, desafiando a morte por cerca de 45 minutos.

    "Philippe é o primeiro a admitir que é parcialmente maluco, mas foi isso que me atraiu no personagem", conta Gordon-Levitt, que treinou com Petit por oito dias para aprender a se equilibrar.

    "Ele insistiu que eu sairia do treinamento sabendo o que fazer e ele estava certo. Quando você anda sobre o fio, precisa achar um ponto fixo na sua frente, olhar apenas para aquilo e não pensar em mais nada. Se seu foco diminui, o equilíbrio é perdido e você cai."

    Zemeckis, um cineasta pouco propenso a projetos simples, queria fazer muito mais do que contar a história desse evento, retratado no documentário "O Equilibrista", vencedor do Oscar em 2009.

    "Meu filme é uma carta de amor a Nova York", resume o diretor em uma videoconferência. "O documentário é muito bom porque deu voz a todos os personagens envolvidos, mas ele não foi capaz, por razões técnicas óbvias, de capturar na tela a performance magnífica que Philippe criou no céu de Manhattan."

    Para isso, Zemeckis estudou detalhadamente as plantas dos prédios originais e recriou os topos nas medidas reais de largura em Montreal, no Canadá.

    "Acho que vi todas as fotos que existem das torres", brinca o diretor, que fez o ator se equilibrar em um cabo de aço real na segurança do estúdio, mas também criou uma versão digital do personagem, efeitos climáticos para ajudar no drama e ângulos em 3D que deixam o espectador com o estômago retorcido.

    A TRAVESSIA (The Walk)
    DIREÇÃO Robert Zemeckis
    ELENCO Joseph Gordon-Levitt, Inka Malovic, Jean-Robert Bourdage
    PRODUÇÃO EUA, 2015, 12 anos
    QUANDO sexta-feira (2), às 21h30, no Leblon 1, av. Ataulfo de Paiva, 391, Rio de Janeiro

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